quarta-feira, 1 de abril de 2015

Pacientes renais reclamam da falta de transporte para tratamento no interior


Devido o problema, pacientes chegam a gastar R$ 600 com deslocamento.
Falta de médicos é confirmado pelas técnicas em enfermagem da cidade.

Do G1 PI
Pacientes com problemas renais denunciam que a prefeitura de Miguel Alves não fornece veículo para o transporte de quem precisa fazer tratamento em Teresina. Além disso, com pouco mais de 32 mil habitantes, a cidade que fica a 116 km ao Norte de Teresina, enfrenta também a falta de médicos no principal hospital do município. A prefeita do município disse que a responsabilidade é do Estado e que pacientes recebem ajuda para o tratamento.

Os problemas são confirmados pelas técnicas em enfermagem da unidade de saúde. “Aqui só tem cinco médicos, só que eles faltam. A responsabilidade é dos médicos que são contratados, pagos e recebem em dias, mas faltam ao trabalho”, denunciou Maria Lia da Cruz.

O maior problema é para pacientes graves que precisam de tratamento continuado e específico. Com os rins sem funcionar, Francisco Gomes da Silva enfrenta uma viagem de duas horas até Teresina três vezes por semana para a realização de hemodiálise, uma filtragem do sangue que é feito por uma máquina que substitui os órgãos paralisados. Mas ele reclama da falta de veículo para voltar para sua cidade.

“O ruim é quando vamos pegar o ônibus mesmo, pois a gente já sai cansado, debilitado, muitas vezes com chuva e ainda temos que esperar um ônibus. A gente se sente mal com essa situação”, disse.

Outra que enfrenta o mesmo problema é Laila Rebêlo. A mulher relatou que há dois anos não precisava passar por isso, já que a prefeitura disponibilizava o carro para os 11 pacientes renais, mas o serviço deixou de ser oferecido. “Todos os meses temos que gastar R$ 600 com deslocamento. Temos que sair 6h de casa, esperar para o atendimento até meio dia e só terminamos às 16h. Quando a gente chega em casa já são 21h, ou seja, é um dia inteiro dedicado ao tratamento”, afirmou.

A mulher disse que já deixou de fazer o tratamento por falta de dinheiro, mas médicos alertam para o perigo. “Um dia pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Esse tratamento precisa ser feito rigorosamente, pois o paciente tem que atender todas as recomendações”, explicou o doutor Genival Nascimento.

A prefeita de Miguel Alves, Salete Rêgo, disse que a responsabilidade é do Estado e que a prefeitura também ajuda os pacientes financeiramente. “Existe uma portaria de 1999 onde diz que o Estado é responsável pelos pacientes que fazem tratamento fora de seu domicílio. Nós temos em Miguel Alves 13 pacientes cadastrados que recebem ajuda para o tratamento, onde incluímos o transporte e alimentação”, afirmou.

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