Relatório do Fundo diz que país atravessa pior desaceleração em mais de duas décadas
Em relatório sobre as economias da América do Norte e América Latina, divulgado nesta quarta-feira (29), o Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que o Brasil atravessa a sua pior desaceleração econômica em mais de duas décadas. Segundo o FMI, o cenário é marcado pelo baixo investimento do setor privado e pela queda da confiança do consumidor.No entanto, apesar do quadro, o Fundo elogia os ajustes promovidos pelo governo. "O aperto da política fiscal e o aumento dos juros também contribuem para a fraqueza da demanda no curto prazo, mas essas medidas são fundamentais para conter a alta da dívida pública e reconstruir a confiança no arranjo macroeconômico", diz o FMI.
A instituição projeta uma retração para o Brasil de 1% neste ano, com uma recuperação modesta no ano que vem, estimando uma expansão de 1%.
Segundo o relatório, o investimento privado, afetado por problemas de competitividade, continua um importante freio à atividade econômica no Brasil, além de "uma incerteza elevada, devido ao impacto da investigação da Petrobras e ao efeito da seca prolongada sobre a oferta de energia".
“A confiança do consumidor também piorou abruptamente, num quadro de inflação alta, crédito mais apertado e o começo da fraqueza do mercado de trabalho”, diz o FMI.
As avaliações sobre o Brasil são muito parecidas com as feitas há duas semanas, durante a reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial, realizada em Washington.
Ao avaliar a política monetária na América Latina, a instituição diz que ela deve focar em manter as expectativas de inflação alinhadas com as metas, observando que, na região, os índices de preços seguem em geral acima dos alvos, em parte devido à forte desvalorização das moedas.
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