Índice no país sofre graves distorções devido ao grande número de pessoas que não procuram emprego ou estão subempregadas
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O governo Dilma publicou a seguinte nota em sua conta no Facebook:
O índice de desemprego no Brasil é mais baixo do que em países vizinhos e na Europa. O levantamento divulgado pelo #IBGE nesta terça (28) mostra que a taxa brasileira é 4 vezes menor do que a da Grécia e bem inferior a de países como Espanha, Portugal, Itália e França. Para seguir com esse cenário e fortalecer a economia, o governo promove um ajuste fiscal para enfrentar a crise e reduzir despesas. Confira: goo.gl/Pbh6Th #MaisTrabalhoMaisBrasil
Além de ser uma grosseria usar parceiros
comerciais como exemplos negativos no assunto, a comparação é
desfavorável e injusta a eles por ocultar um número que no Brasil é
altíssimo ao ponto de distorcer os resultados reais: o número de pessoas
que não trabalha, está em idade ativa e mesmo assim não procura
emprego. O grande número de programas assistenciais no país aumenta e
muito o número dos “desalentados”, como são chamados estatisticamente.
Além dos desalentados, também
não são consideradas desempregadas no Brasil aquelas pessoas que fazem
malabarismo em semáforos, pegam latinhas nas ruas e vendem balas no
transporte público pois, embora tenham empregos precários, não estão
procurando emprego. De cada 100 brasileiros que poderiam trabalhar,
apenas 52 estão empregados devidamente. O consultor e analista político
Ricardo Amorim tem um ótimo artigo publicado em junho de 2014 sobre o assunto. Leiam um trecho:
Só é considerado desempregado quem procura emprego e não encontra (3%) sobre o total dos que procuraram emprego (56%). Quem não procura (44%), tecnicamente não está desempregado. Esta não é uma manipulação estatística. O mesmo conceito vale no mundo todo. Porém, se a estatística não é manipulada, sua interpretação é. Baseado na baixa taxa de desemprego, o governo sugere que quase todos os brasileiros têm emprego. Na realidade, quase metade (47%) não tem e muitos estão subempregados – sem carteira assinada ou trabalhando menos do que gostariam. Basta uma hora semanal de trabalho assalariado para ser considerado empregado.Excluindo-se empregados e desempregados, sobram os que só estudam, os aposentados, os pensionistas e os que não querem trabalhar, totalizando 44% da População em Idade Ativa (PIA). Na PME, a PIA considera todos acima de 10 anos. Quem tem menos de 18 anos não deveria trabalhar, mas paradoxalmente, incluí-los na PIA reduz a taxa de desemprego. Os poucos que trabalham aumentam o total de empregados, mas a quase totalidade dos que não trabalham não procura emprego. Por isso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, também do IBGE, que mede o desemprego em 3,5 mil municípios entre os maiores de 15 anos, aponta uma taxa de 7%, contra 5% da PME. Considerando apenas quem tem de 18 a 65 anos, a taxa de desemprego seria ainda mais alta.A porcentagem dos que trabalham em relação à PIA no Brasil (53%) é hoje menor do que na maioria dos países da Europa, onde as taxas de desemprego chegam a 5 vezes mais do que aqui.
A disseminação da mentira do pleno
emprego na era petista é, em parte, resultado da erro dos grandes órgãos
de imprensa de não destacarem a distorção. Ganham pequeno destaque
informações como a de que um em cada quatro jovens no país não trabalha
nem estuda (dados de dezembro de 2014) e a de que 61 milhões de brasileiros não trabalhavam nem procuravam emprego (dados de janeiro de 2014, muito antes do agravamento das contas brasileiras).
A última planilha com resumo dos resultados da Pesquisa Mensal de Empregos divulgada pelo IBGE
registra que, nas cinco regiões metropolitanas pesquisadas, há 43,589
milhões de pessoas em Idade Ativa mas apenas 22,727 milhões delas estão
ocupadas, ou seja, 52,13% estão empregados e todo o resto não encontra
emprego, está subempregada ou nem mesmo procura emprego.
Nesse caso como em tantos outros, a
realidade brasileira mostrada pelo governo do PT só existe na teoria e
nos efeitos gráficos da propaganda.
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