Correio - Luziânia (GO) — O movimento nacional dos caminhoneiros,
sob a liderança do motorista catarinense Ivar Luiz Schmidt, e que desde
a semana passada provoca bloqueios em estradas, desabastecimento e
confrontos em vários pontos do país, promete levar hoje os seus
protestos à Praça dos Três Poderes. Em vídeo publicado ontem nas redes
sociais, o líder conclamou a categoria a realizar um buzinaço em
Brasília durante toda esta segunda-feira “contra a indiferença e a
corrupção do governo”.
Ao Correio, ele afirmou esperar que pelo menos 5
mil veículos pesados atendam ao chamado, a partir da madrugada.Para conseguir atingir a meta no 13º dia do movimento, o próprio
Schmidt, de 44 anos, percorreu vários trechos de rodovias goianas, para
convencer motoristas a aderir e a chamar outros. Ele argumentou que as
bandeiras do movimento, como redução do preço do diesel, melhora dos
valores dos fretes e aprovação imediata da chamada Lei dos
Caminhoneiros, que regula as condições de trabalho da classe, não foram
atendidas.
A reportagem ouviu motoristas concentrados em Luziânia (GO),
que já se comprometeram em participar do protesto hoje na capital
federal. A palavra mais usada por eles é “revolta”, negando o acordo
brandido pelo governo nos últimos dias. “Estamos pagando para trabalhar”
foi frase recorrente.
O motorista baiano Edson Vieira, 33 anos, afirmou que as condições do
frete praticadas no paí sempre foram ruins, mas agora são
insustentáveis. Segundo ele, ao terem de arcar com a manutenção dos
caminhões, com o pagamento de multas e com valores acrescidos ao
combustível para poder usar meio eletrônico de pagamento dos donos das
cargas, muitos caminhoneiros estão passando fome. Para piorar, os
cartões que substituem a chamada carta frete só permitem saques de R$
800 por dia. “As associações que fecharam acordo com o Planalto não nos
representam. Eles nos traíram”, disparou.
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