sábado, 28 de março de 2015

Bahia cresce 10 vezes mais que o País


por
Chayenne Guerreiro
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
A Bahia cresceu apenas 1,5% em 2014, segundo dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI-Seplan). Os responsáveis pelo crescimento são os setores de Serviço e Agropecuária, com alta de 1,8% e 12,5% respectivamente. Já a Industria é a grande culpada pelo destaque negativo do PIB baiano do ano passado, com -1,9%, impulsionado pela retração nas atividades da construção civil(-3,3%) e indústria da transformação (-2,9%).
Em relação ao PIB nacional divulgado com crescimento de apenas 0,1%, a menor taxa dos últimos cinco anos, o Produto Interno Bruto da Bahia teve um desempenho dez vezes mais.
No setor agropecuário, o bom desempenho se deve a expansão na produção física das principais culturas do estado, como: Milho (38,1%), algodão (25,8%) e café(24,2%). “Passamos por um longo período de seca, no último trimestre no ano passado isso mudou, as chuvas vieram e o controle de pragas ajudou bastante, o Agronegócio sempre é um bom impulsionador, é um bem de consumo, as pessoas precisam daquilo,” explicou o diretor de Indicadores e estatísticas do SEI, Gustavo Pessoti.
Ainda segundo Pessoti, o seguimento deve crescer 25% a mais e, 2015 se comparado ao ano passado. “Se fossemos fazer uma estimativa, só nesses primeiro trimestre de 2015, já podemos considerar um aumento de 25% a mais no setor agrícola em comparação a 2014, se isso acontecer, a safra de grãos na Bahia será recorde, o agronegócio deve seguir impulsionando a economia do estado,” contou.
Já o bom desempenho do setor de serviços está ligado ao crescimento de suas principais funções no estado. As atividades de Alojamento e Alimentação (4,9%) e transportes (3,8%) registraram os maiores aumentos.
“Principalmente ao que diz respeito ao transporte aéreo, cada vez mais as companhias fazem promoções e as pessoas utilizam esse tipo de transporte para se locomover. O turismo interno está bastante quente, principalmente com a alta do dólar, a população brasileira cada dia que passa alimenta uma preferência por viajar dentro do próprio país,” disse o diretor de Indicadores e estatísticas da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia.
A indústria baiana registrou queda em todos os trimestres de 2014 e encerra o ano com um déficit de 1,9%. Estudos do IBGE apontam queda em sete dos doze segmentos , com destaque para Veiculos automotores; Equipamentos de informática e produtos eletrônicos e metalurgia. Entretanto, é da construção civil o maior saldo negativo, nem mesmo as diversas obras públicas observadas no estado garantiram seu crescimento.
De acordo com dados da série histórica Contas Regionais, desde 2004 essa atividade não apresentava uma queda tão baixa. “O grande problema da construção civil é o setor imobiliário, e não existe perspectiva de melhora nesse cenário. Talvez exista uma melhora de vendas no interior, mas na capital, não há possibilidade. Construção é um setor totalmente ligado a investimento e no momento, as pessoas não estão tendo capital suficiente, para investir,” explicou Pessoti.
Ainda segundo o diretor de Indicadores e estatísticas da SEI, a Copa do Mundo foi irrelevante no que diz respeito ao PIB. “Tivemos quase nada de crescimento de economia para a Bahia em relação a Copa. Para se ter uma ideia, o carnaval é capaz de movimentar mais dinheiro. Os turistas que vieram, ficaram pouco tempo, os investimentos de construção não se pagaram. Pensamos que o PIB chegaria a 2% por conta do evento, mas nem isso ele refletiu,” finalizou.

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