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Leo Daniele
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Os
agitadores nada responderam à voz do bom senso, pois uma tréplica imediata
dificilmente poderia provir de quem positivamente não queria nenhum
serviço…
É por isso que celebrei a notícia de
que o Brasil terminou 2014 com a menor taxa de desemprego já registrada. Dos
brasileiros pesquisados pelo IBGE em seis regiões metropolitanas (Belo
Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Porto Alegre), na média
do ano ficaram sem trabalho 4,8%.(1) Os outros vão trabalhar e ter pão, e quem
sabe mais alguma coisa. Vão aumentar, embora em grau modesto e sem desprezo
pelos que não têm pão, a desigualdade entre os homens. Isso é
mau?
Aliás, a
revista Catolicismo, informa em sua edição de
fevereiro último, que houve uma “vertiginosa” melhoria econômica dos
extremamente pobres. Segundo um relatório do Banco Mundial, “a
população da Terra em estado de pobreza extrema caiu mais da metade nos últimos
30 anos. A porcentagem mundial dessa faixa era de 34,6% em 1990, caindo para
14,5% em 2011”.
Como dizia meu velho professor de
Economia Política na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (São Paulo), o
problema não é dividir o bolo, mas aumentá-lo. E é o que se pode obter, entre
outras coisas, diminuindo o nível do desemprego e da
ociosidade.
Os vermelhiformes vão
repetindo a surrada ladainha dizendo – e, pior ainda, pensando – que a
desigualdade de riqueza tem aumentado no mundo e que isso é um mal em si. Ora,
lemos no famoso e nunca refutado livro Reforma Agrária, Questão de
Consciência, escrito e propagado nos anos 60 sob a liderança de
Plinio Corrêa de Oliveira e reeditado em 2010, por ocasião dos 50 anos de sua
primeira edição:
“Todos os
homens ativos e probos têm igual direito à vida, à integridade física, à fruição
de condições de existência suficientes, dignas e estáveis. Mas é justo que os
mais capazes, mais ativos, mais econômicos tenham, além deste mínimo, o que
produzirem graças a suas superiores possibilidades. Daí decorre legitimamente a
diferenciação das propriedades em grandes, médias e pequenas, e quiçá a
existência de uma classe condignamente
remunerada, mas
sem propriedade”.
É a voz do
bom senso e da justiça social segundo os princípios ensinados pela Igreja, como
convém especialmente em nossos dias repetir. É o oposto à igualdade de escravos
a que o socialismo conduz. O Papa Leão XIII afirma que o socialismo leva
a “uma odiosa e insuportável servidão para todos os
cidadãos”.(2)
A
desigualdade é ensinada na parábola dos talentos (3): A cada qual
Deus dá em medida diversa e de cada um exige rendimento
proporcionado.
_______________ Notas:
1.“Jornal da
Globo”, Edição do dia 29-1-15.
2.Leão XIII,
Encíclica Rerum Novarum, de 15 de maio de 1891 – “Editora Vozes Ltda.”,
Petrópolis, pág. 11.
3.Mt. 25,
14-30.
(*) Leo
Daniele é escritor e colaborador da ABIM
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