Foto: Reprodução/ Veja
Deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) foi um dos que irritaram com declarações do ministro
Ao utilizar vocábulos como “grosseiro” e “brincadeira” para se
referir à desoneração da folha de pagamento, o ministro Joaquim Levy
causou irritação no Palácio do Planalto. Um auxiliar de Dilma Rousseff
definiu a entrevista do titular da Fazenda com outras duas palavras
tóxicas: “desnecessária” e “desastrosa”. Ao anunciar aos jornalistas que
o governo decidira elevar a contribuição previdenciária das empresas,
revendo parcialmente a política de desoneração adotada desde 2011 pelo
antecessor Guido Mantega, Levy disse coisas assim: “Você aplicou um
negócio que era muito grosseiro. O problema é que essa brincadeira nos
custa 25 bilhões por ano e […] não tem protegido emprego. […] O momento
que a gente vive, a gente tem que pegar as coisas que são pouco menos
eficientes e reduzir”. As mudanças elevarão o custo do empregado em 59
setores da economia a partir de junho. Com isso, o governo espera voltar
a arrecadar algo como R$ 13 bilhões por ano. Como a coleta será
retomada somente a partir de junho, a cifra a ser amealhada em 2015 será
de R$ 5,3 bilhões. O modo como Levy anunciou a má notícia não aborreceu
apenas o staff de Dilma. Parlamentares que integram partidos
governistas também saltaram da cadeira. “Nós aprovamos a desoneração no
Congresso porque imaginávamos que era coisa séria”, disse, por exemplo, o
deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). “Os empresários também se
reprogramaram imaginando que a coisa era séria. De repente, descobrem
que não há segurança jurídica no país.” “Quando enviar novas propostas
ao Legislativo, a presidente Dilma precisa informar se é brincadeira ou
se devemos levar a sério”, acrescentou Vieira Lima. “A cúpula do PMDB
será recebida pela presidente num jantar marcado para segunda-feira. A
primeira coisa que o partido precisa perguntar para a Dilma é se a
conversa será séria ou se é mais uma brincadeirinha.” POLITICA LIVRE
Josias de Souza, Blog do Josias
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