quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

População está consumindo cada vez mais produtos orgânicos


por
Yuri Abreu
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Em busca de uma melhor qualidade de vida, cada vez mais baianos estão fazendo uso dos chamados produtos orgânicos durante as refeições do dia-a-dia. De alimentos que variam de frutas a verduras, passando por sucos, cafés e açúcares, são muitas as opções para aqueles querem mudar a rotina do cardápio diário. Quem passa a consumir estes produtos diz sentir os efeitos no organismo e o que se vê é o aumento, tanto do número de consumidores, como do número de lojas especializadas do ramo.
Uma delas é o Mercado Orgânico, que fica no Salvador Shopping. Existente desde setembro de 2014, o estabelecimento é segmentado e vende, desde produtos orgânicos, até outros alimentos como os que não têm glúten ou lactose. “Nossa proposta vem desde abril de 2012, quando inauguramos um restaurante orgânico na praça de alimentação aqui do shopping. Temos uma grande variedade de produtos para atender os clientes mais exigentes. Acreditamos que nosso público-alvo necessita de uma quantidade crescente destes produtos, principalmente aqui na Bahia, que é escasso”, disse o gerente de marketing da loja, Mário Silveira.
O público-alvo do mercado, segundo a nutricionista, Ana Carolina Martins, são pessoas que buscam uma alimentação saudável e que, aliados a isso, praticam atividade física regularmente. “A diferença é que o produto orgânico não passa por nenhum processo químico desde o plantio. Já os produtos tradicionais têm a química que é utilizada para a sua maior conservação, mas trazem prejuízos ao organismo. A procura por esse produto aumentou por que a pessoas tem buscado uma maior qualidade de vida, de saúde”, comentou.
Para investir na implantação da loja, foram gastos cerca de R$ 2 milhões, R$ 400 mil apenas com a compra de produtos. “Além desses gastos com os alimentos, investimos bastante em infraestrutura e equipamentos. Todas as nossas prateleiras são feitas com madeiras de demolição, estruturas mais caras que as convencionais, mais tudo foi voltado para o conceito de responsabilidade ambiental, que é a proposta de um alimento orgânico, de não agredir o meio ambiente”, contou.
As sacolas da loja, por exemplo, são feitas de papel craft, material produzido a partir de uma mistura de fibras de celulose. Há também algumas pequenas ações voltadas para o conceito da sustentabilidade. “Os clientes que aqui fazem compras, a depender o valor, ganham uma sacola ecológica para que ela possa ser utilizada nos lugar das tradicionais sacolas plásticas. Nossos funcionários receberam treinamento para saber um pouco mais sobre o assunto, além de alguns conceitos como a preocupação com o meio ambiente e coleta seletiva”, falou Silveira.
Ainda de acordo com ele, a origem de alguns produtos é da Bahia. Mas, a grande maioria deles vem mesmo da região sudeste do país, pois ainda há uma dificuldade em se encontrar este tipo de produto por aqui. No entanto, ele considera que o mercado no estado está em constante expansão. “Desde a abertura do restaurante a gente já viu uma melhora, uma tendência de mercado. As pessoas se preocupam mais com a saúde, tem uma proposta de qualidade de vida. Temos estatísticas de que o crescimento deste tipo de produto aumenta cerca de 50% a mais por ano em relação aos convencionais. É um mercado já é estruturado. Temos uma pretensão de abrir lojas em outros shoppings para aumentar nossa oferta dentro do mercado de Salvador”, afirmou.
Pessoas aderem à novidade
Dentro da loja, o grande número de pessoas que vão atrás dos produtos orgânicos ajuda a entender esse fenômeno cada vez mais crescente. No entanto, elas precisam ficar atentas, pois, para ser considerado orgânico, o produto precisa, no rótulo, possuir um selo que é certificado pelo Ministério da Agricultura. Quem faz uso destes alimentos, destaca a melhora na qualidade de vida. “Eu comecei a fazer uso há uns seis anos, quando minha filha nasceu. Hoje em dia ela até me ajuda a escolher os produtos e acaba incorporando esse novo estilo de vida na própria alimentação. Nas ruas, atualmente, por conta das comidas muito condimentadas, fica até difícil de a gente comer fora. Já estamos habituados”, disse a produtora de eventos, Alena Jambeiro.
“Eu sempre ouvia falar que eles eram mais saudáveis e há um ano e meio comecei a utilizá-los na minha alimentação, apesar de ainda consumir alguns dos alimentos considerados tradicionais”, disse a professora Celeste Nascimento, que levava no carrinho alguns produtos orgânicos tais como açúcar mascavo e alguns grãos. A qualidade de vida, segundo ela, melhorou muito. “Antes, sofria bastante com a baixa imunidade. Agora, sinto que minha pele está mais bonita, não tenho mais dores e recebo muitos elogios na rua”, brincou.
Por outro lado, os consumidores ficam na bronca com relação aos preços que, segundo eles, ainda são considerados “salgados”.
Deixamos até de comprar remédios para ter uma alimentação mais saudável. Melhoramos por um lado, mas estamos tendo um gasto maior”, falou Alena. “Até que aqui os preços estão bons, mas ainda é muito difícil encontrar produtos orgânicos com preços mais em conta”, pontuou Celeste. Para se ter uma ideia, a maça orgânica está custando R$ 6,60 a unidade, assim como a batata. O litro do suco de uva tem o valor de R$ 23,26. Um pacote de café orgânico custa quase R$ 37 e o açúcar cristal, R$ 6,80.

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