sábado, 31 de janeiro de 2015

Eles também estão entre nós


Ainda que não sejam estrelas de primeira grandeza, coadjuvantes surgidos na Era de Ouro Hollywoodiana continuam vivos
 
 
Adalberto Araújo
Embora só 11 dos astros e estrelas mais famosos da Era de Ouro de Hollywood estejam vivos, como mostrado na edição da última quarta-feira (28) e continuado hoje, alguns dos atores e atrizes coadjuvantes, muito ou pouco reconhecidos, mas ainda assim talentosos e também alguns “forasteiros” que desembarcaram na meca do cinema vindos da Europa ainda estão entre nós. Ativos ou recolhidos, todos na casa dos 80 ou 90 anos, merecem menção pela sua história, talento, obra e contribuição à Sétima Arte.
Nesta edição, reparamos um erro cometido na quarta, ao deixar de fora a atriz Joanne Woodward, vencedora do Oscar de melhor Atriz de 1957, por As Três Máscaras de Eva. Forjada na Era de Ouro de Hollywood, a esposa do reconhecido ator Paul Newman não despontou por causa da fama do seu cônjuge. Sempre teve talento próprio e, aos 84 anos, continuava na ativa até 2013, quando filmou sua última obra, emprestando sua voz para a produção Lucky Them, como Doris. Woodward tanto tem talento que, além do Oscar de Melhor Atriz que recebeu em 1957 como melhor intérprete feminina principal, foi indicada ao mesmo prêmio em 1968, por Rachel, Rachel; em 1973, por Lembranças, e em 1990, por Mr. & Mrs. Bridges – Cenas de Uma Família.
Uma das mais injustiçadas atrizes coadjuvantes do cinema, a espetacular Angela Lansbury, de 89 anos, é outra da Era de Ouro que dá voltas na morte. Dotada de um senso de humor particular, que ela aplica em sua atuações, de carisma, atitude e talento ímpar, a eterna atriz secundária nunca teve oportunidade de estrelar um papel superlativo como protagonista de filmes A.
A britânica é mais conhecida como a detetive Miss Marple, dos livros de suspense de Agatha Christie transpostos para o cinema, mas notabilizou-se com seus papeis em Morte Sobre o Nilo (1979), como a paciente camareira de Bette Davis, e nos seus papeis que lhe valeram as indicações de Melhor Atriz Coadjuvante, em 1944 (À Meia Luz), em 1945, por O Retrato de Dorian Gray e em 1962, por Sob o Domínio do Mal. Foi mal sucedida em todas as nominações, mas foi especialmente reconhecida mundialmente em 2012, com um Oscar honorário pelo conjunto de sua obra, que soma 105 produções como atriz. Sua última aparição nas telas foi em 2011, em Os Pinguins de Papai.
Eva Marie Saint e Dorothy Malone, ambas de 90 anos e Shirley Jones, de 80, também sentiram o gostinho do que restava do anos dourados do star system e seguem vivas. As três ganharam o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, o que as firmou no métier. Marie Saint em 1954, por Sindicato de Ladrões; Malone em 1956, por Palavras ao Vento e Jones em 1960, por Entre a Cruz e o Pecado. Das três, apenas Dorothy continua inativa, pois sua última aparição nas telas foi em 1992, em Instinto Selvagem. Marie Saint pôde ser vista recentemente em Avatar – A Lenda de Korra, e Jones está em plena produção, tendo filmado obras que são previstas para estrear no ano que vem e em 2017, como as ainda sem título no Brasil, porque não foram lançados aqui, On The Wing e Johnny Blue.
Quatro belas mulheres que brilharam na Era de Ouro hollywoodiana estão aí, firmes e fortes. Maureen O’Hara, 93, (Depois do Vendaval), Rhonda Fleming, 91 (Os Sinos de Santa Maria), Gina Lollobrigida, 87 (Trapézio) e Zsa Zsa Gabor, 97 (Moulin Rouge). O’Hara fez seu canto de cisne em 2000; Fleming, em 1990; Lollobrigida em 1997 e Gabor em 1996. Por que será que as mais belas saem de cena mais cedo?
Dos atores que beberam o restinho das gotas que escorriam da Era de Ouro de Hollywood, merecem menção a eterna Jeannie, de Jeannie É Um Gênio, Barbara Eden, 83, mas que despareceu das telas e telinhas em 2009 e Jane Powell, 85, (Sete Noivas Para Sete Irmãos). Também resistem Carol Burnett, 81 (Annie), Glynis Johns, 91, (Mary Poppins) e Piper Laurie, 82 (Carrie, a Estranha e Desafio à Corrupção), além de Brigitte Bardot, 80 (E Deus Criou a Mulher…) e Cicely Tyson, 81 (Lágrimas de Esperança,Tomates Verdes Fritos e Histórias Cruzadas).
Entre os homens, dos atores principais e/ou coadjuvantes, estão vivos, dos que viveram a Era Dourada de Hollywood, Jerry Lewis, 88 (Ou Vai Ou Racha), Christopher Lee, 92 (saga O Senhor dos Aneis) e Dyck Van Dyke, 89 (Uma Noite no Museu). E ainda George Chakiris, 80 (Amor, Sublime Amor), George Kennedy, 89 (Rebeldia Indomável) e Stuart Whitman, 86 (The Mark) e Robert Duvall, 83 (O Juiz).

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