Região se mantem nos mesmos niveis desde 2012 apesar do crescimento econômico, diz informe da Cepal
Uma matéria do jornal espanhol El País, publicada nesta terça-feira (27/01) informa que a América Latina continua com os mesmos níveis de pobreza que em 2012. A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) publicou um informe onde revela que 28% da população da região é atualmente afetada pela pobreza. O estudo Panorama Social de América Latina 2014 deixa ver um estancamento dos índices nos últimos três anos. “A pobreza persiste como um fenômeno estrutural que caracteriza a sociedade latino-americana”, concluiu a Comissão.Em seu artigo, a jornalista Sonia Corona conta que durante 2014 a região se beneficiou da recuperação econômica mundial e manteve um crescimento de 2,5%, superior à média mundial de 2,2%. No entanto, a Cepal reconheceu que este impulso pouco ajudou a combater a pobreza. “A recuperação da crise financeira internacional não parece ter sido aproveitada suficientemente para o fortalecimento de políticas de proteção social que diminuam a vulnerabilidade frente aos ciclos econômicos”, indica o informe. Além disso, o estudo assinala que a taxa de inflação da região aumentou de 5,3% a 6,8%, devido principalmente à alta dos níveis dos preços na Venezuela.
As projeções da Cepal indicam que na América Latina 167 milhões de pessoas vivem na pobreza, entre as quais 71 milhões o fazem na indigência. Ainda que a porcentagem de pobreza tenha se mantido igual nos últimos três anos, o informe assinala que o crescimento demográfico “se traduziria em um aumento em números absolutos” de pobres na região.
Apesar de que a América Latina não mostrou notáveis progressos, ao menos cinco países em 2013 experimentaram a diminuição da pobreza. Paraguai (de 49,6% em 2011 a 40,7% em 2013), El Salvador (45,3% em 2012 a 40,9% em 2013), Colômbia (32,9% em 2012 a 30,7% em 2013), Peru (25,8% em 2012 a 23,9% em 2013) e Chile (10,9% em 2011 a 7,8% em 2013).
A Comissão mediu cinco indicadores para avaliar as carências da população: habitação, serviços básicos, educação, emprego e possessão de bens duradouros. Assim, concluiu que setores como os jovens e as mulheres são os mais rezagados e recomendou que sejam atendidos com políticas públicas focalizadas neles. Com essa medição multidimensional, a organização determinou que entre 2005 e 2012 a incidência da pobreza diminuiu em 17 países, de 39% a 28%.
A Cepal apontou que una de suas principais preocupações é a queda do gasto público destinado aos programas sociais. Depois das crises de 2008, os governos da região impulsionaram os recursos destinados a combater a pobreza, no entanto, entre 2012 e 2013 se notou uma “desaceleração do crescimento do gasto social”. Alicia Bárcena, secretária-executiva da Cepal, indicou que neste panorama será indispensável reforçar as ações dos governos para diminuir a pobreza. "Agora, num cenário de possível redução dos recursos fiscais disponíveis, são requeridos maiores esforços para reforçar essas políticas, gerando bases sólidas com o objetivo
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