As Forças Armadas teriam possibilidade de defender nosso território em um planeta cada vez mais carente de recursos naturais? Ótimo artigo.
28/01/2015
DEFESA ANTIACESSO
Ao
elaborar esta matéria hipotética, valho-me de dados contidos em estudos
do General de Brigada R/1 Luiz Eduardo Rocha Paiva, professor emérito e
ex-comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, ardente
defensor da “estratégia de defesa antiacesso”.
Eis
que a comunidade internacional, alarmada com a falta de previsão e
descaso com que o País trata o problema de abastecimento d’água (justo o
Brasil, a parte do mundo melhor aquinhoada, com a maior quantidade em
recursos hídricos), resolve se garantir de molde a que não falte o
precioso líquido para o abastecimento do primeiro mundo, por absoluta
incompetência dos naturais daquele subcontinente.
As
potencias militares são instadas a solucionar este desafio à
estabilidade internacional, ao que se somam os pertinentes às seguranças
energética e ambiental, fato que cai como uma luva para o atendimento
aos seus objetivos nacionais permanentes, qual seja o de manutenção do
status de seu poder mundial.
O
Brasil, entretanto, surpreendentemente, após tantos alertas dados pela
“intelligentzia” (estudiosos militares da ativa, da reserva e, também,
civis) nacional, partidária do princípio de que “defesa não se
improvisa”, ainda que não dispondo de poder de dissuasão nuclear, havia
se debruçado com grande profundidade no planejamento e preparo da única
estratégia capaz de, sem dispor a curto prazo de artefatos domésticos
nucleares, se contrapor, com possiblidade de êxito, a uma ameaça deste
nível.
A
Estratégia Nacional de Defesa havia determinado a elaboração de
projetos unificados de reequipamento e articulação. Em suma, um Projeto
Conjunto de Forças tinha sido traduzido num Sistema Único de Defesa
Antiacesso. Esse sistema, interagindo com o Sistema Brasileiro de
Inteligência, composto por subsistemas integrados de vigilância, havia
sido estabelecido de forma a se dispor de: satélite brasileiro; defesa
antiaérea; mísseis de longo alcance, com plataformas móveis terrestres,
navais e aéreas tripuladas e não tripuladasseria acionado, de forma a,
só em última instância, serem empregadas as forças terrestres móveis
para engajar o inimigo que acessasse os limites nacionais.
O
inimigo desloca pelo Mar do Caribe uma armada de porte, onde não faltam
porta-aviões e submarinos nucleares, bem escoltados por fragatas e
corvetas, uma grande parafernália de meios aeronavais no rumo da foz do
Amazonas. Nosso propósito será neutralizar ou desgastar esta pletora de
armaria ainda longe do litoral. O Sistema de Defesa Antiacesso seria
posto à prova numa situação real, em cumprimento da missão
constitucional mais importante das FFAA, qual seja a de defender a
Pátria de inimigos externos. Hoje, agora, o estabelecimento deste
sistema de grande potencial dissuasório está ainda apenas no estágio das
conjecturas! Por quê?
Sabe-se
que o EB, em setembro de 2013, testou com êxito o MTC (míssil tático de
cruzeiro) 300, com alcance de 300 Km. Tudo muito bonito, só que“fica
muito forte”engolir este tipo de assertiva: -“ A arma está no limite
Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (o MTCR), do qual o Brasil é
signatário. O acordo restringe o raio de ação máximo a 300 Km e às
ogivas de 500 Kg (BRINCADEIRA! Quem referendou este crime de lesa pátria?). O MTC300 está dentro da distância fixada (Alerta! Só se foi a fixada pelo inimigo que tem condições de nos ameaçar, e que não são os “cucarachos da Periferia do Ó”) e atua com folga no peso (fonte ESTADÃO de 19/10/2013) ”.
Brasileiros!
Ou o País se dá ao respeito e denuncia estas mordaças humilhantes ou
vamos continuar sendo olhados como “a coisa nenhuma”em termos militares.
Não
podemos raciocinar em bater o oponente tão somente quando ele estiver
sulcando o mar de água doce gerado pelo Amazonas nas águas do Caribe.
Devemos, sim, castiga-lo tão logo tenha largado ferros das bases na
Flórida e do restolho insular colonial franco britânico. Por Deus! Quem
não pensa assim já perdeu a guerra antes de entrar em combate.Será que
nossas vitórias, a partir de agora, vão ficar limitadas apenas à
ocupação de favelas? Que lástima!
O que pensa o Ministro da Defesa? E o seu alto comando?
Paulo Ricardo da Rocha Paiva – Coronel de infantaria e Estado-Maior
Em Revista Sociedade Militar.
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