sábado, 3 de janeiro de 2015

Declaração de Cid Gomes sobre professores volta a causar polêmica 4 anos depois


Hoje em Dia com Folhapress


BETO BARATA/ESTADÃO CONTEÚDO/Arquivo
cid gomes
Cid Gomes assumiu o Ministério da Educação no 2º mandato da presidente Dilma

Ao assumir o Ministério da Educação na sexta-feira (2), Cid Gomes voltou a ser interpelado sobre uma frase proferida em 2011 e que desagradou educadores de todo o país. Na ocasião, o então governador do Ceará declarou: "professores têm de trabalhar por amor, não por dinheiro", gerando a revolta dos profissionais.
 
Quatro anos depois, momentos após tomar posse como ministro, Cid Gomes foi questionado por jornalistas sobre a declaração, mas alegou ter sido mal interpretado. Afirmou que apenas citou a necessidade de vocação a servidores públicos, sem entrar na polêmica.
 
Em seu primeiro discurso como titular da pasta ele informou que a gestão pretende debater uma forma de avaliar professores como critério para concessão de benefício aos servidores.
 
Cid não deu detalhes sobre como isso será feito. "É um debate que pretendo colocar em pauta", afirmou. Em fala dirigida aos docentes, ele disse que seu gabinete "estará sempre aberto para receber conselhos, críticas e ajuda". E falou em "valorizar e reconhecer" os professores, classe com a qual teve atritos como governador do Ceará, entre 2007 e 2014.
 
Salário e currículo
 
Na próxima semana, Gomes anuncia o reajuste do piso nacional dos professores da educação básica, a ser cumprido por Estados e municípios. Números preliminares indicam percentual de 13%, ante inflação de cerca de 6,5% no ano. Em 2014, o reajuste foi de 8,32%. O piso hoje é de R$ 1,7 mil.
 
A ampliação da oferta de creches, a universalização da pré-escola e a reforma do currículo do ensino médio foram algumas ações destacadas pelo novo ministro. Mudanças na grade curricular, segundo ele, não serão feitas "do dia para a noite". 
 
O governo Dilma promete a alteração desde 2012. Gomes prevê um prazo de mais dois anos para implantação das novas bases curriculares, que seriam definidas também para o ensino fundamental. "Uma coisa é a unificação de uma base, de um currículo para o Brasil, para o ensino fundamental e médio. A
outra coisa é diversificar e trazer variações no currículo do ensino médio", disse.
 
Cid Gomes defende, por exemplo, que o jovem possa aprofundar estudos em áreas em que já tenha aptidão. A transmissão de cargo foi acompanhada por congressistas e ministros da Esplanada, como os titulares do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Saúde, Arthur Chioro.
 
Troca
 
Ex-governador do Ceará e filiado ao Pros, Cid Gomes assume o lugar do petista Henrique Paim, há 11 anos no MEC e pouco menos de um ano como titular da pasta. Esta será a primeira vez, desde o início do governo do PT, que um político não filiado à legenda assume o MEC.
 
Em tom emocionado, Paim afirmou que sua saída representa o "encerramento de um ciclo" e apontou a lei de cotas nas federais como "a política mais importante que esse governo fez". "Conseguimos inverter uma lógica de que somente alunos de escolas privadas - e poucos de escolas públicas -
tivessem acesso às federais", afirmou.

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