quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Com 8% do público estimado, festa de réveillon no DF tem 10 mil pessoas


Governo usou verba de comida de presos e obras em escolas para evento.
MP questionou ato na Justiça; Thaeme e Thiago e MC Gui se apresentaram.

Do G1 DF
Com um público 92% menor do que o esperado, a festa de réveillon da Esplanada dos Ministérios reuniu 10 mil pessoas. A estimativa é da Polícia Militar, que fez pelo menos uma apreensão: um adolescente foi flagrado com 11 porções de cocaína e 2 de maconha e afirmou que venderia a droga no evento.
Entre as principais atrações do evento estavam o funkeiro MC Gui e a dupla sertaneja Thaeme e Thiago. A festa teve ainda show pirotécnico por dez minutos. O custo total da festividade foi de R$ 1,6 milhão.
A Polícia Militar contou com 600 homens na segurança – um efetivo 40% menor do que o utilizado em 2013, quando mil policiais foram destacados para o evento. O GDF esperava 130 mil pessoas na passagem de ano na Esplanada.
A situação reflete a dificuldade financeira que o Executivo enfrentou para realizar o evento. Para realizar a festa deste ano, o governo usou verba da reforma de escolas e da alimentação de presidiários.
Polêmica
O Ministério Público tentou barrar a festa devido à crise orçamentária do GDF. A Justiça concedeu uma liminar suspendendo o pregão para contratação da estrutura do evento, mas o GDF conseguiu derrubá-la. O MP pediu reconsideração do caso, mas o Tribunal de Justiça só volta do recesso judiciário no dia 6 de janeiro.
Um levantamento feito pelo órgão apontou que o DF cancelou verba de programas prioritários – como alimentação de presidiários, transporte de alunos da educação especial, reforma de escolas, atendimento a vítimas de agressão doméstica e manutenção de podas – para repassar o dinheiro para realização da festa de réveillon na Esplanada dos Ministérios.
O G1 ligou e enviou e-mails para a Secretaria de Comunicação, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Responsável pela organização da atividade, a Secretaria de Turismo disse à reportagem que o posicionamento cabe ao Palácio do Buriti.
A pasta se restringiu a falar sobre o planejamento. “[Tentamos] reduzir ao máximo os custos dos equipamentos e serviços necessários à realização das comemorações típicas da época, que costumam ser o destino de mais de cem mil pessoas por ano."

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