Segundo laudo, dinheiro da Camargo Corrêa foi para empresas fantasmas.
Construtora diz que serviço foi prestado; empresa deu dados incompletos.
O documento da PF mostra que o consórcio chamado CNCC pagou o valor às empresas Sanko para fornecimento de tubos. A Sanko, que por sua vez, repassou quase tudo para a MO Consultoria e a GFD Investimentos, empresas de Youssef usadas para lavar dinheiro, segundo as investigações.Segundo o laudo da PF, o valor foi pago entre 2010 e 2013.
Os peritos, no entanto, verificou que a Petrobras incluiu a Sanko na lista de fornecedores de produtos sem cumprir procedimentos de controle interno – a empresa registrou seguidos prejuízos e elevado endividamento. As empresas negaram irregularidades (veja abaixo).
O certificado foi dado justamente no período dos pagamentos, mas de acordo com a Polícia, a Sanko não apresentou a documentação adequada para uma precisa análise financeira. Por dois anos, a Sanko entregou balanços de outra empresa para dar a aparência de atendimento às exigências, segundo o laudo.
A PF afirma que ficou visível que o controle que a Petrobras tem para evitar a certificação de fornecedores com problemas financeiros foi burlado. Neste ano, a Sanko não entrou na lista de fornecedores, segundo a Petrobras, por não ter apresentado balanço patrimonial de 2012.
A petrobras informou que a gerência que concedia o certificado era subordinada à antiga diretoria de Serviços, então comandada por Renato Duque. O nome dele teria sido citado por Paulo Roberto no acordo que fez de delação premiada, para reduzir a pena.
Empresas negam irregularidades
Procurada pelo Jornal Nacional, o grupo Sanko Sider declarou que o laudo da Polícia Federal não é conclusivo, que o cadastro da empresa sempre esteve alinhado com as normas da Petrobras e que os pagamentos estão contabilizados e tributados.
O consórcio liderado pela Camargo Corrêa declarou que jamais fez pagamentos ilegais, que não pode responder por atos de terceiros, que seus fornecedores foram contratados de forma legal, e que prestaram efetivamente os serviços.
A Petrobras informou que está verificando por que a Sanko foi aprovada com base nas demonstrações contábeis de uma sócia. Também disse que, no ano passado, a Sanko obteve o certificado porque apresentou os registros exigidos por lei.
O ex-diretor da Petrobras Renato Duque disse que desconhece o laudo da PF e que está à disposição para prestar esclarecimentos aos orgãos competentes.
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