Alteração ocorre após quebra de contrato entre hospital e empresa, em GO.
Parentes e médicos dizem que unidade não tem especialistas para a área.
A UTI funciona dentro do Hospital Garavelo, mas era alugada para a empresa Humana. O contrato de locação tinha prazo de 10 anos, porém, após um ano de serviços prestados houve um desacordo entre as partes. “Em um primeiro momento houve um arrependimento por parte do hospital em alugar o espaço para uma empresa terceirizada. E dentro dos 12 meses de serviços já prestados há uma série de desencontros, pois a UTI e o hospital não falavam a mesma linguagem”, explicou o sócio da Humana, Miguel Jorge Neto.
Com apoio de policiais militares, um oficial de Justiça cumpriu o mandado de reintegração na noite de quarta-feira (29). Os trabalhos levaram cerca de duas horas, pois era necessário que os funcionários da empresa, entre médicos e enfermeiros, deixassem as dependências da UTI. Enquanto isso, sete pacientes em estado grave permaneciam internados no local, acompanhados de funcionários do hospital, mas não poderiam ser transferidos para outras unidades.
Equipe especializada
A demora em entregar a UTI ocorreu, segundo os médicos, por que os pacientes só poderiam ficar sob os cuidados de uma equipe especializada. Porém, a empresa terceirizada afirma que o Hospital Garavelo não possui esses profissionais.
Sete pacientes estavam internados na UTI durante
a reintegrassão (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
“A nossa preocupação em estar deixando a UTI é porque ela está ficando
sem um médico intensivista. Agora ela foi assumida por uma médica
clínica geral, que pode realmente dar um plantão, mas ela não tem um
respaldo de um intensivista”, disse o coordenador da Humana, Diego Alves
Dias.a reintegrassão (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
A avó de 91 anos da advogada Mônica Tormin Cunha está na unidade com problemas cardíacos e respiratórios, está apreensiva com a situação. “Ela realmente não está bem e precisa de cuidados. Agora a gente vai ficar aqui sem um intensivista, a enfermagem também não é de UTI, e eles não têm traquejo para lidar com esses pacientes. O juiz que aceitou essa liminar deveria primeiro ter determinado a transferência dos pacientes, com o bem estar deles, para depois resolver questões entre a empresa e o hospital”, reclamou.
Apesar da preocupação dos familiares e da Humana, o Hospital Garavelo assegura que os pacientes receberão o atendimento adequado. “Esse é um hospital grande, que tem todo o corpo clínico treinado para cuidar da UTI. Inclusive, existe outra UTI, então esses profissionais, com médico intensivista, já assumiram a unidade para que sejam feitos todos os procedimentos necessários”, garantiu o advogado Rossini Bezerra Rossi.
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