quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Mudança de equipe que atendia UTI preocupa familiares de pacientes


Alteração ocorre após quebra de contrato entre hospital e empresa, em GO.
Parentes e médicos dizem que unidade não tem especialistas para a área.

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
Familiares de pacientes que estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Garavelo, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, estão apreensivos com as mudanças de atendimento no local. A preocupação começou após o rompimento do contrato com a empresa terceirizada responsável pelos leitos e agora, segundo eles, não há uma equipe qualificada para a função.
A UTI funciona dentro do Hospital Garavelo, mas era alugada para a empresa Humana. O contrato de locação tinha prazo de 10 anos, porém, após um ano de serviços prestados houve um desacordo entre as partes. “Em um primeiro momento houve um arrependimento por parte do hospital em alugar o espaço para uma empresa terceirizada. E dentro dos 12 meses de serviços já prestados há uma série de desencontros, pois a UTI e o hospital não falavam a mesma linguagem”, explicou o sócio da Humana, Miguel Jorge Neto.
Já o advogado do hospital, Rossini Bezerra Rossi, afirma que a Humana não cumpriu com os termos do contrato e, por isso, foi pedida a reintegração. “Desde janeiro há atraso de pagamento, não cumprem diversas questões contratuais, como seguro de vida para os pacientes que estão internados, no patamar que foi acordado, e o fato do descumprimento deu ensejo para a desocupação do imóvel”, relatou.
Com apoio de policiais militares, um oficial de Justiça cumpriu o mandado de reintegração na noite de quarta-feira (29). Os trabalhos levaram cerca de duas horas, pois era necessário que os funcionários da empresa, entre médicos e enfermeiros, deixassem as dependências da UTI. Enquanto isso, sete pacientes em estado grave permaneciam internados no local, acompanhados de funcionários do hospital, mas não poderiam ser transferidos para outras unidades.
Equipe especializada
A demora em entregar a UTI ocorreu, segundo os médicos, por que os pacientes só poderiam ficar sob os cuidados de uma equipe especializada. Porém, a empresa terceirizada afirma que o Hospital Garavelo não possui esses profissionais.
Sete pacientes estavam internados na UTI durante a reintegrassão de posse (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Sete pacientes estavam internados na UTI durante
a reintegrassão (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
“A nossa preocupação em estar deixando a UTI é porque ela está ficando sem um médico intensivista. Agora ela foi assumida por uma médica clínica geral, que pode realmente dar um plantão, mas ela não tem um respaldo de um intensivista”, disse o coordenador da Humana, Diego Alves Dias.
A avó de 91 anos da advogada Mônica Tormin Cunha está na unidade com problemas cardíacos e respiratórios, está apreensiva com a situação. “Ela realmente não está bem e precisa de cuidados. Agora a gente vai ficar aqui sem um intensivista, a enfermagem também não é de UTI, e eles não têm traquejo para lidar com esses pacientes. O juiz que aceitou essa liminar deveria primeiro ter determinado a transferência dos pacientes, com o bem estar deles, para depois resolver questões entre a empresa e o hospital”, reclamou.
Apesar da preocupação dos familiares e da Humana, o Hospital Garavelo assegura que os pacientes receberão o atendimento adequado. “Esse é um hospital grande, que tem todo o corpo clínico treinado para cuidar da UTI. Inclusive, existe outra UTI, então esses profissionais, com médico intensivista, já assumiram a unidade para que sejam feitos todos os procedimentos necessários”, garantiu o advogado Rossini Bezerra Rossi.
 

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