quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Menino que passou por transplante de pele deixa hospital 47 dias após alta

Garoto foi liberado do Hospital das Clínicas na manhã desta quinta (30).
Moradora do bairro de Pernambués cedeu casa para que ele se recupere.

Do G1 BA
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Criança (Foto: Reprodução / G1)Jeferson Borges, de 13 anos, recebeu primeiro transplante de pele da Bahia (Foto: Reprodução / G1)
O menino Jeferson Borges, de 13 anos, que foi submetido ao primeiro transplante de pele da Bahia, deixou o Hospital das Clínicas na manhã desta quinta-feira (30), 47 dias após ter recebido alta médica. Apesar de liberado pelos médicos do Hospital das Clínicas desde 13 de setembro, o garoto estava impossibilitado de deixar a o hospital, porque não tinha uma casa adequada para morar.
Ele foi liberado após uma moradora do bairro de Pernambués, em Salvador, oferecer  residência para que ele se recupere do procedimento cirúrgico sem risco de infecções.
Para os médicos do Hospital das Clínicas, onde foi realizada a cirurgia no dia 25 de agosto, a casa onde o garoto morava com a família, na cidade de Candeias, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), não oferecia condições de recuperação para o menino, principalmente por causa da exposição à poeira.
Na terça-feira (23), o adolescente completou 13 anos, e a equipe de enfermagem preparou um bolo de aniversário com salgados, em comemoração. "Agora com a casa só temos a agradecer", afirmou a mãe de Jeferson, Adriana Borges.
Caso
Jeferson Borges passou por um transplante de pele no dia 25 de agosto, no Hospital das Clínicas, o primeiro realizado na Bahia.
O garoto ficou internado por 11 meses no Hospital Geral do Estado (HGE), também na capital baiana, após sofrer queimaduras na parte superior do corpo e perder o braço esquerdo.
O garoto relatou que, ao carregar barras de metal no ombro, acabou encostando em um fio e recebeu a descarga elétrica que causou as queimaduras. Segundo a mãe de Jeferson, ele sofreu as queimaduras quando passava férias com o pai na cidade de Coité, a cerca de 235 quilômetros de Salvador.
Valber Menezes, coordenador do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas, explicou que a pele utilizada para o transplante pode ser de qualquer pessoa. Além disso, a pele utilizada no transplante é retirada do doador, assim como é retirado os outros órgãos de pessoas que morrem.
Doutor Valber Menezes, coordenador da (Foto: Imagem / G1)Doutor Valber Menezes, coordenador do Serviço de
Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas, em
Salvador. (Foto: Egi Santana/G1)
Ainda segundo Menezes, as células de peles utilizadas no transplante são removidas como um curativo biológico para que o paciente não apresente reação. Com isso, ela fica inerte e pode ser colocada em outra pessoa.
Após este procedimento, a pele é integrada à área do corpo queimada ou ferida, como um curativo. Depois de algum tempo, o paciente pode perder um pouco da pele, mas em áreas menores, onde futuramente poderá receber um enxerto.
De acordo Valber Menezes, a Sesab fez uma parceria com o banco de pele de Porto Alegre, após o Hospital das Clínicas se cadastrar como transplantadores. "Já temos configurado para até o final do próximo ano uma estruturação de banco de pele e osso", diz. Segundo informações da Secretaria de Saúde, há um projeto para o banco de pele e osso, mas ainda não há data definida para implementação.

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