sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Juiz da Lava Jato interroga quarta-feira Youssef e ex-diretor da Petrobras


Paulo Roberto Costa será levado novamente para Curitiba

O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa serão interrogados pela Justiça Federal quarta-feira (8), às 14h, em Curitiba. O interrogatório faz parte do trâmite normal das ações penais oriundas da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), e não está ligado ao acordo de delação premiada que ambos fizeram com o Ministério Público Federal (MPF). A audiência será conduzida pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal.
Com a marcação da audiência, Paulo Roberto Costa será escoltado novamente pela PF do Rio de Janeiro para Curitiba. Beneficiado pelas informações repassadas na delação, Costa cumpre prisão domiciliar em sua residência, no Rio, desde quarta-feira (1º). Youssef está preso na Superintendência da PF , na capital do Paraná.
Nas ações penais oriundas da Operação Lava Jato, Costa e Youssef são acusados de desvio de recursos na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os desvios na construção da refinaria ocorreram por meio de contratos superfaturados, feitos com empresas que prestaram serviços à Petrobras entre 2009 e 2014.
Segundo o MPF, a obra, inicialmente orçada em R$ 2,5 bilhões, custou mais de R$ 20 bilhões. A investigação indica que os desvios tiveram a participação de Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento da Petrobras, e de Alberto Youssef, dono de empresas de fachada.
Já a contadora Meire Bonfim Poza é a próxima testemunha a ser ouvida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista que investiga denúncias de irregularidades na Petrobras. O depoimento da profissional que trabalhava diretamente com o doleiro Alberto Youssef está marcado para 10h15 da próxima quarta-feira (8).
Meire Poza, no Conselho de Ética da Câmara, em agosto
Meire Poza, no Conselho de Ética da Câmara, em agosto
Os parlamentares esperam que ela revele detalhes do esquema de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro do qual participavam o doleiro e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Senadores e deputados vão poder fazer perguntas à contadora já conhecendo o conteúdo dos depoimentos prestados por ela ao juiz Sérgio Mouro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. O material chegou à comissão mista no dia 24 de setembro.
Meire Poza já esteve no Congresso Nacional antes. Em agosto, no Conselho de Ética da Câmara, ela disse que o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) recebeu dinheiro do doleiro e que os dois mantinham “negócios ilícitos”. Logo depois o deputado se defendeu, alegando estar sendo usado como "boi de piranha". Ele afirmou ainda que a contadora teria pedido R$ 250 mil ao seu advogado, alegando estar em dificuldades financeiras.
Quórum
A última reunião da CPI Mista foi realizada em 17 de setembro, quando os parlamentares ouviram o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró. O encerramento das atividades do colegiado estava inicialmente previsto para 7 de dezembro; mas, por conta do período eleitoral, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), já pediu a prorrogação dos trabalhos por mais um mês e disse que pretende fazer um "esforço concentrado" até o fim do ano. De acordo com o Regimento Interno do Senado, o prazo da CPI não pode ultrapassar o período da legislatura em que foi criada.
A CPI Mista da Petrobras tem a participação de senadores e deputados e funciona paralelamente à CPI exclusiva do Senado, com idênticos objetos de investigação: irregularidades envolvendo a Petrobras entre 2005 e 2014 relacionadas à compra da Refinaria de Pasadena, nos EUA; ao lançamento no mar de plataformas inacabadas; ao pagamento de propina a funcionários da estatal; e ao superfaturamento na construção de refinarias, principalmente a de Abreu e Lima, em Pernambuco.
A CPI exclusiva se reuniu pela última vez em 2 de julho. Desde então, com o recesso de meio de ano e período eleitoral, a comissão — da qual participam apenas senadores da base aliada — não tem obtido quórum. Foram agendadas duas reuniões em agosto e uma em setembro, que não chegaram a ser realizadas. A presidência também é do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que ainda não publicou pauta para o próximo encontro.

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