Dilma Rousseff (PT) foi reeleita neste domingo presidente da República
com 51,45% dos votos válidos. O seu adversário nas urnas, Aécio Neves
(PSDB) teve 48,55%. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dilma
obteve 53.317.776 de votos, contra 50.310.129 do tucano. Votos brancos
somaram 1.897.154 (1,71%); nulos,5.140.174 (4,64%; e abstenções,
29.479.268 (21,03%). Em Minas Gerais, Dilma venceu Aécio por cinco
pontos percentuais. A presidente também derrotou o tucano em Pernambuco,
terra de Eduardo Campos, Alagoas, Rio de Janeiro. No Nordeste, Dilma
teve 43% dos votos a mais que Aécio. Mineira de Belo Horizonte, Dilma
Rousseff, tem 66 anos, é economista formada pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), tem uma filha e um neto. Foi reeleita junto
com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), com o apoio da coligação
formada por PT, PMDB, PDT, PCdoB, PR, PP, PRB, PROS e PSD. No primeiro
turno, Dilma ficou em primeiro lugar, com 43.267.668 votos (41,59% dos
votos válidos). Filha de um imigrante búlgaro e de uma professora do
interior do Rio de Janeiro, Dilma viveu em Belo Horizonte, capital
mineira, até 1970, onde integrou organizações de esquerda, como o
Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada
Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Foi presa em 1970 pela ditadura
militar e passou quase três anos no Presídio Tiradentes, na capital
paulista, onde foi torturada. Em 1973, mudou-se para Porto Alegre, onde
construiu sua carreira política. Na capital gaúcha, Dilma dedicou-se à
campanha pela anistia, no fim do regime militar, e ajudou a fundar o PDT
no estado. Em 1986, assumiu seu primeiro cargo político, o comando da
Secretaria da Fazenda de Porto Alegre, convidada pelo então prefeito
Alceu Collares. Com a redemocratização, Dilma participou da campanha de
Leonel Brizola à Presidência da República em 1989. No segundo turno,
apoiou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 1993, Dilma
assumiu a Secretaria de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do
Sul, cargo que ocupou nos governos de Alceu Collares (PDT) e Olívio
Dutra (PT). Em 2000, Dilma filiou-se ao PT e, em 2002, foi convidada a
compor a equipe de transição entre os governos Fernando Henrique Cardoso
e Luiz Inácio Lula da Silva. Quando Lula assumiu, em janeiro de 2003,
Dilma foi nomeada ministra de Minas e Energia, onde comandou a
reformulação do marco regulatório do setor. Em 2005, ainda no primeiro
governo Lula, Dilma assumiu a chefia da Casa Civil, responsável até
então por projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o
Minha Casa, Minha Vida. Dilma deixou a Casa Civil em abril de 2010 e,
em junho do mesmo ano, teve sua candidatura à Presidência da República
oficializada. Venceu sua primeira eleição no segundo turno, contra o
candidato do PSDB, José Serra, com mais de 56 milhões de votos. Em um
governo de continuidade, Dilma manteve e ampliou programas sociais da
gestão Lula e implantou iniciativas que levaram à redução da pobreza, da
fome e da desigualdade. Criou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec) e ampliou programas de empreendedorismo.
Também implantou um programa de concessões para obras de infraestrutura e
logística, muitas ligadas à realização da Copa do Mundo. Em um governo
marcado por episódios de corrupção, Dilma chegou a demitir seis
ministros em dez meses, em 2011. (JB)
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