sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Aécio enfatiza escândalo da Petrobras e ataca Dilma e Marina


por
iG São Paulo
Publicada  TRIBUNA DA BAHIA
No último debate entre os presidenciáveis antes do primeiro turno, nesta quinta-feira (02), pela TV Globo, o candidato do PSDB, Aécio Neves, atacou suas duas principais adversárias, a presidente Dilma Rousseff, do PT, e Marina Silva, do PSB, como estratégia para chegar ao segundo turno. Foi mais duro com Dilma, a quem acusou de mentir sobre a demissão do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, acusado de corrupção e solto na última quarta-feira (1º) depois de sacramentado de acordo de delação com a Justiça.
O candidato tucano afirmou que no governo do PT a Petrobras deixou a seção de economia dos jornais “para ocupar as páginas policiais” e trouxe o escândalo para o debate ao afirmar, frente a frente com a presidente, que estava de posse da ata em cujo texto está escrito que Costa deixa o cargo pela renúncia, e não por ato de exoneração do governo.
Aécio lembrou que no texto da mesma ata, Costa ainda é homenageado “pelos relevantes serviços prestados” e agora está sendo obrigado a devolver aos cofres públicos cerca de R$ 50 bilhões desviados da Petrobras. O escândalo na estatal, segundo o tucano, é uma demonstração de que o PT perdeu a oportunidade de apresentar um projeto renovador para o País. Pelas suas contas, os desvios na estatal de petróleo seriam suficientes para levar o programa Bolsa Família a 420 mil famílias.
Numa pergunta ao tucano, Dilma esboçou reação insinuando que ele privatizaria bancos estatais e a própria Petrobras e explicou que no serviço público sempre é oferecido ao servidor a opção de renunciar. Aécio aproveitou a deixa para recolocar a ata no debate. “Não é a melhor forma de tratar quem assaltou a empresa. Foi com esse documento (a ata) que ele foi para a cadeia, depois para casa”, cutucou.
O tucano defendeu as privatizações feitas por Fernando Henrique e durante seu governo, em Minas, e disse que, se for vitorioso, a Petrobrás “será devolvida aos brasileiros, com gestão profissional e os bancos públicos (BNDES, Caixa e Banco do Brasil) não serão mais cabides para aliados políticos”.
Aécio disse que os programas sociais de Dilma foram iniciados no governo Fernando Henrique, citando o Bolsa Família e o Pronatec como exemplos. O candidato tucano lembrou que o Pronatec é inspirado nas Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e Escolas de Tecnologias (Etecs) do governo paulista. “É necessário copiar as boas ideias, reinventá-las, sem achar que descobriu a roda”, alfinetou.
Aécio e Dilma trocaram farpas quando discutiram o programa habitacional Minha Casa Minha Vida. O tucano disse que em seu eventual governo trataria da faixa de mutuários com até três salários mínimos que, segundo afirmou, não é contemplada por Dilma. A presidente afirmou que se o tucano tivesse conhecimento do programa não falaria em três salários mínimos, já que a iniciativa atende quem ganha até R$ 1.600.
“Você é que não conhece. O déficit na faixa dos três salários não diminuiu”, retrucou Aécio. Segundo ele, nem a competência do marqueteiro de Dilma, João Santana, é capaz de esconder os feitos do governo tucano, que reduziu para dois dígitos uma inflação que se encontrava no patamar de 916%, estabilizou a economia e fez a lei de responsabilidade fiscal.
Marina Silva
Embora menos incisivo do que foi com Dilma, Aécio tentou encurralar Marina, mas acabou derrapando. Ele citou políticos derrotados em vários estados que estão ao lado de Marina para sugerir que é falsa a bandeira de nova política apregoada pela candidata do PSB. Marina, então, chamou a atenção para o silêncio do tucano, sobre o mensalão mineiro e sobre os escândalos ocorridos na gestão Fernando Henrique, como a compra de votos para aprovação da emenda da reeleição.
“Não vi o senhor criticar o mensalão e nem a compra de votos para a reeleição. É ao que leva a briga do poder pelo poder e não pelo Brasil”, alfinetou Marina. Aécio reagiu se dizendo surpreso em ver Marina fazendo defesa do mensalão (do PT) e criticando as denúncias (mensalão mineiro) que nunca foram provadas, segundo o tucano.
O tucano saiu do sério no confronto com a candidata do PSOL, Luciana Genro que, ao lembrar o caso do Aeroporto de Cláudio, no interior de Minas, disse que o candidato construiu a obra com recursos públicos e entregou as chaves a um tio. “É o sujo falando do mal lavado”, provocou Luciana.
“Não seja leviana. Você está como candidata e não deve falar sem saber o que está falando. Tudo foi aprovado (pelo Tribunal de Contas de Minas) e melhorou a vida das pessoas. Deixei o governo com 92% de aprovação. Acusações levianas não cabem. Você não está preparada para disputar a presidência da República”, disse, dedo em riste e visivelmente irritado. Ele acusou a candidata do PSOL de usar o debate para fazer espetáculo ao ignorar os feitos do governo do PSDB para fazer acusações.

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