Procura por intercâmbios cresce 60%

Nove entre 10 empresas pesquisadas confirmam o avanço na capital. Pessoas do interior também buscam oportunidades

JORNAL O HOJE - GO | Por: Luiz Redação

Pedro Nunes

Gabriela Cardoso fez intercâmbio nos Estados Unidos no ano passado e pretende voltar em breve (Danilo Bueno)

Mesmo com a alta do dólar em 2014, a procura por intercâmbios na capital aumentou. Nove entre dez instituições que trabalham com essa proposta, pesquisadas pela reportagem de O Hoje, afirmaram aumento na venda de matrículas em relação ao ano passado. Apenas uma alegou que a busca está estável esse ano. Outra empresa do ramo revelou que o número de negócios chegou a crescer 60%.
“Foi um sonho que se realizou. Pude aprender muito, ter a vivência nos Estados Unidos e concluir meu ensino médio por lá. Acredito que essa oportunidade irá me ajudar muito profissionalmente”, define Gabriela Ravanelo Cardoso de apenas 17 anos.
Gabriela viajou no ano passado e atualmente cursa relações internacionais na faculdade, tem inglês fluente e é estagiária do mesmo lugar que procurou para realizar o intercâmbio. A estudante pretende ainda procurar novos cursos no exterior no futuro. “Quero voltar logo para rever os amigos e procurar algum curso na minha área, ou mesmo no segmento de business no exterior”, conta.
A consultora da STB Intercâmbios, Tatiana Silveira Brod, relata que as pessoas estão mais abertas às oportunidades. De acordo com ela, a procura por cursos em áreas específicas, juntamente com o de idiomas, tem crescido acentuadamente. “O mercado está mais competitivo e as pessoas querem enriquecer o currículo e adquirir mais conhecimento. Por isso a procura pela prática em alguma área específica, como de business, ou gastronomia que está crescendo bastante, vem aliada ao curso de idiomas”, acrescenta.
Para a proprietária da True Experience, Luana Gomes Maia, o inglês fluente deixou de ser um diferencial para ser um pré-requisito. Luana ressalta que as pessoas que mais procuram pelos serviços são estudantes de ensino médio e universitários. Além disso, os principais meses do ano para intercâmbios são em março, abril e maio, juntamente com setembro, outubro e novembro. “Esse mês, por exemplo, fizemos o dobro de matrículas e negócios bem interessantes. Até pessoas do interior e também de outros Estados nos procuraram”, revela.

Vantagens
Além do ponto de vista profissional, a diretora de marketing da Global Study, Ana Luisa D’Arcadia de Siqueira, ressalta que a parte cultural também é essencial para o crescimento do indivíduo.
“O intercâmbio cultural promove uma verdadeira transformação na vida do aluno e, consequentemente, isso representa um diferencial valioso na busca por uma colocação profissional de destaque. E, por mais que se faça cursos no Brasil, a fluência da língua normalmente é conquistada com uma vivência no exterior”, frisa.
Ana Luisa explica que longe dos pais e dos amigos, o estudante precisa enfrentar muitos dilemas diários, o que corresponde em um crescimento pessoal. “Sair da zona de conforto é muito positivo, pois é preciso lidar com situações do cotidiano que se tornam complicadas quando se está imerso em outra cultura. O resultado é um grande crescimento e amadurecimento que se reflete também no âmbito profissional, tornando a pessoa mais

Destinos
Conforme as informações das empresas consultadas pela reportagem de O Hoje, o País mais procurado pelos goianienses continua sendo os Estados Unidos. Porém, o Canadá aparece na segunda posição e ameaçando o vizinho, pelo fato de ser mais em conta. Na sequência está a Austrália, Nova Zelândia, Inglaterra, República da Irlanda, França e Alemanha.

Outros caminhospara o sonho
Diversos meios podem ser utilizados pelas pessoas que pretendem realizar um intercâmbio além das empresas tradicionais. Programas do governo e de instituições de ensino são algumas delas e podem ser uma saída para buscar o sonho.
Juan Sala estudava em Anápolis e ficou sabendo de uma oportunidade de bolsa para estudar no exterior pelo Ciência Sem Fronteiras. Se inscreveu e, gratuitamente, estuda hoje na Temple University, na Filadélfia, Estados Unidos.
“Queria na verdade ir para a Alemanha, mas os testes eram muito caros. Aí depois pesquisei e me inscrevi. Minha ideia é aproveitar o que não tem no Brasil. Laboratórios, aulas diferentes, projetos e coisas do tipo”, relata.
Apenas com alguns meses fora do País, as propostas de emprego já começaram a chegar. “Na verdade eu já recebi ofertas para trabalhar antes mesmo de vir pra cá e durante minha estadia aqui também. Acredito que essa experiência será muito importante para a minha profissão”, afirma.
Com essa proposta, a Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura (MinC) realiza hoje uma palestra para incentivar os intercâmbios em Goiás. A apresentação será realizada na Incubadora Goiás Criativo, unidade da Secult Goiás.
A meta é ampliar a presença de artistas e empreendedores brasileiros no mundo em atividades de formação (cursos e estágios) promovidas por instituições culturais renomadas internacionalmente e eventos de cultura e negócios. A palestra é gratuita.