Analistas do mercado financeiro reduziram pela décima-quarta semana
consecutiva suas estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto
Brasileiro (PIB), de acordo com o boletim Focus, do Banco Central.
A mediana das projeções colhidas entre cerca de cem instituições caiu
de 0,70% para 0,52%. O ajuste ocorre após a divulgação do PIB do
segundo trimestre, na sexta-feira, que mostrou queda de 0,6% ante os
três primeiros meses do ano. Além disso, o desempenho do PIB de janeiro a
março também foi revisado para baixo, de crescimento de 0,2% para recuo
de 0,2% ante o quarto trimestre de 2013.
Com isso, o país viveu nos primeiros seis meses deste ano a chamada
recessão técnica, quando há dois trimestres consecutivos de queda da
atividade.
Na primeira edição do Boletim Focus deste ano, de 3 de janeiro, a
mediana das expectativas era de um crescimento econômico de 1,95% em
2014. Para economistas ouvidos pelo Valor após a divulgação do resultado
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os
indicadores de confiança e de atividade já conhecidos apontam para
recuperação frágil no terceiro trimestre e dificilmente a segunda metade
do ano terá ritmo suficiente para levar a economia a encerrar 2014 com
avanço superior a 0,5% em relação a 2013.
O Focus também mostra uma revisão para baixo nas projeções para o PIB
do próximo ano, de 1,20% para 1,10%. Há um mês, o mercado esperava
crescimento de 0,86% neste ano e de 1,50% no próximo. Para a indústria, um dos destaques negativos do PIB no segundo
trimestre, as estimativas dos analistas melhoraram ligeiramente. A
mediana das projeções passou de queda de 1,76% para recuo de 1,70% neste
ano. Para 2015, a aposta seguiu em crescimento de 1,7%. No segundo trimestre, o PIB da indústria encolheu 1,5% na comparação
com o primeiro e recuou 3,4% ante o mesmo período do ano passado,
segundo o IBGE. (Valor Econômico)
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