terça-feira, 30 de setembro de 2014

Furtos de rodas de carros se multiplicam em Porto Alegre


Em bairros centrais da Capital, crime se tornou mais frequente nas últimas semanas

ZERO HORA
Furtos de rodas de carros se multiplicam em Porto Alegre Felipe Daroit / Rádio Gaúcha/
Na Rua Felipe Camarão, ladrões levaram menos de cinco minutos para furtar as quatro rodas do carro Foto: Felipe Daroit / Rádio Gaúcha
Uma cena desconcertante surpreendeu pelo menos três donos de carros em bairros centrais de Porto Alegre nas duas últimas semanas: encontrar seu veículo no local onde foi estacionado, mas sem as rodas, parece ter se tornado quadro frequente na Capital.
No dia 19 de setembro, dois ladrões levaram menos de cinco minutos para tirar as quatro rodas de um carro na Rua Felipe Camarão, no bairro Bom Fim. A ação rápida foi gravada pelas câmeras de segurança de uma loja próxima ao local do furto. O dono do carro, Maurício Dorneles, foi avisado do crime pela Brigada Militar.
Já na semana passada foi o economista Filipe Grisa quem flagrou dois ladrões tirando os pneus de seu carro na Lobo da Costa, na Cidade Baixa, na noite de quarta-feira. Ele tinha estacionado por pouco mais de uma hora próximo à Rua General Lima e Silva para ir à casa da namorada. O susto dos bandidos com a chegada do dono do carro salvou dois pneus.
Filipe teve as rodas do carro furtadas na Rua Lobo da Costa
Foto: Filipe Grisa, arquivo pessoal
— Eram dois homens. Quando eles me viram, saíram correndo e entraram em um Celta preto. Os pneus que sobraram já estavam soltos, só faltava puxar — lembra.
Já a publicitária Renata Denz não teve tanta... Sorte? Ela deparou com seu Chevrolet Agile sem nenhuma das rodas na quinta-feira. Tinha deixado o carro na Rua Quintino Bocaiúva, no bairro Moinhos de Vento, para encontrar uma amiga.
Renata encontrou o carro sem as quatro rodas na Rua Quintino Bocaiúva
Foto: Elisa Celia, arquivo pessoal
— Sempre coloco (o carro) em estacionamento, mas naquele dia vi a vaga ali, a rua movimentada e pensei: "dei sorte". Deixei o carro por volta das 20h40min, e quando voltei, pelas 22h20min, reparei que ele estava muito baixo. Tinha um tijolinho e um macaco do lado — conta.
Apesar da aparente multiplicação dos casos em pouco tempo, delegados de duas das três regiões onde ocorreram os furtos recentemente não consideram que há um aumento desse tipo de ocorrência na Capital. Eles destacam que esse tipo de crime sempre existiu, e sua frequência é variável.
Já para Abílio Pereira, responsável pela 10ª Delegacia de Polícia (DP), que cobre os bairros Bom Fim, Santana e Rio Branco, a sensação é de que os casos estão mais frequentes nos últimos 90 dias:
— Só neste fim de semana, tivemos mais quatro ocorrências. Nesta região, a demanda com certeza é a droga. Na maioria dos casos são usuários de drogas, ladrões avulsos, que furtam e vendem por qualquer meia dúzia. Hoje (segunda), pegamos um completamente chapado tentando furtar um pneu perto da delegacia — relata Pereira.
O delegado admite, contudo, que também há quadrilhas que praticam esse tipo de ação. Titular da Delegacia de Furto e Roubo de Veículos de Porto Alegre, Juliano Ferreira conta que uma delas está sendo investigada há cerca de cinco meses, mas não seria a responsável pelos casos relatados nesta reportagem.
— Isso aí (o furto de rodas) é uma febre. Não são casos isolados, infelizmente. A sensação que nós temos é de que há um grande número de ocorrências. Quando se verifica que há uma quadrilha atuando, nós investigamos. Há uma que estamos acompanhando, que atua em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Mas, a princípio, não tem relação (com os casos).
Não há estatísticas específicas para o furto de rodas de veículos na Polícia Civil. A ação entra em uma categoria maior: "furto em veículo", que pode incluir quaisquer objetos do carro, desde uma bolsa, passando pelo rádio até as rodas (menos o step, também discriminado em uma categoria específica). Segundo os dados divulgados pela polícia, os furtos em veículos diminuíram no primeiro semestre de 2014 em relação a 2013: de 2.925, caíram para 2.876 os casos em Porto Alegre.

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