quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Em obras há 40 anos, BR-156 ganha atenção de candidatos ao governo


Asfaltamento de rodovia começou em 1976 e ainda não foi concluído no AP.
Candidatos elencaram término da obra em entrevistas e planos de governo.

Abinoan Santiago Do G1 AP
Em determinados trechos da BR-156, veículos ficam atolados (Foto: Gabriel Penha/G1)Veículos ficam isoladas em trechos da BR
(Foto: Gabriel Penha/G1)
Em obra desde 1976, a BR-156 ganhou prioridade dos candidatos ao governo do Amapá em entrevistas e planos de governo, nas Eleições 2014. A obra é a mais antiga no estado e passou pela gestão de nove governadores diferentes desde o início do asfaltamento, o que tornou a conclusão da estrada uma das principais bandeiras na disputa ao poder executivo do estado, chegando a ser colocada no mesmo grau de prioridade da saúde, educação e segurança pública.
Além da marca histórica no tempo de construção, a promessa de concluir a BR-156 ganhou força por ter menos da metade asfaltada mesmo com quatro décadas em obras. De acordo com a Secretaria de Transportes do Amapá (Setrap), dos 812 quilômetros de extensão, 528 estão sem asfalto. Outro motivo da importancia dada a estrada deve-se pelos recentes atoleiros vividos na rodovia, deixando diversas vezes isolada a cidade de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá.
Em Oiapoque, atoleiros começaram a se formar após fortes chuvas na região (Foto: Reprodução/TV Amapá)Atoleiros na BR-156 deixaram Oiapoque isolada
(Foto: Reprodução/TV Amapá)
O asfaltamento da rodovia é responsabilidade do governo do Amapá desde 1976. Atualmente, as obras estão divididas entre o poder executivo e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit).
O atual governador e candidato à reeleição Camilo Capiberibe (PSB) informou que o processo de licitação para terminar o asfaltamento de dois lotes de trechos da rodovia está em curso e precisaria de ao menos mais dois anos para concluir a obra.
O discurso do governador alinha com a afirmação do superintendente do Dnit no Amapá Fábio Vilarino, que informou haver R$ 90 milhões disponíveis para conclusão da rodovia em um prazo de dois anos, com previsão de início das obras em 2015.
O candidato Bruno Mineiro (PT do B), que ocupou o cargo de secretário da Setrap por quase dois anos, disse que o término do asfaltamento da BR-156 depende de vontade política. Ele se defendeu por não ter concluído a obra enquanto secretário porque faltava autonomia dentro do governo.
 
O ex-deputado estadual e candidato Jorge Amanajás (PPS) frisou a importância de concluir o asfaltamento da rodovia para integrar os municípios do estado e ironizou o tempo em que a BR está em obras. Ele disse que por causa das décadas em construção, a estrada vai entrar para o Guinness Book (livro dos recordes mundiais) como a obra mais antiga do planeta.
O candidato Lucas Barreto (PSD) também colocou como prioridade o asfaltamento da BR-156, chegando a elencar o desafio no mesmo nível de saúde e educação por causa da possibilidade de desenvolvimento econômico do estado após a conclusão.
O ex-governador Waldez Góes (PDT) frisou o andamento da obra no plano de governo. Além do trecho Norte da rodovia, de Macapá a Oiapoque, o pedetista também colocou como prioridade o trecho Sul, entre a capital e Laranjal do Jari.
Os candidatos considerados da extrema esquerda Genival Cruz (PSTU) e Décio Gomes (PCB) não incluíram as obras da BR-156 nos planos de governo. No entanto, em recentes entrevistas, ambos alinharam o discurso sobre a importância de ter a obra da BR-156 concluída para desenvolver a economia do estado.
BR-156
A BR-156 possui 812 quilômetros, segundo a Secretaria de Transportes. No trecho Norte, de Macapá a Oiapoque, são 569 quilômetros; no Sul são mais 243 quilômetros entre a capital e Laranjal do Jari.
Para o trecho Norte ser asfaltado, a BR-156 foi dividida em três etapas pelo Governo do Amapá. A primeira vai de Calçoene à Vila do Carnot, no mesmo município, e soma 56 quilômetros; a segunda, que começa na Vila do Carnot e termina próximo ao rio Cassiporé, em Calçoene, totaliza 54 quilômetros; a terceira e última etapa vai do rio Cassiporé ao município de Oiapoque, com 56 quilômetros.

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