quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Sacolas plásticas embaladas com frango surpreendem consumidora

'Olhei e pensei: meu Deus o que é isso?', conta dona de casa do Tocantins.
Empresa diz que o produto é embalado manualmente e acredita em má-fé.

Do G1 TO
A dona de casa Roberta Bispo, 34 anos, foi surpreendida no último dia 20 de agosto ao abrir uma embalagem de frango e encontrar junto ao produto cerca de meio quilo de sacolas plásticas . “Quando tirei da geladeira para descongelar estava tudo normal, mas quando abri não era só o frango. Eu olhei e pensei: meu Deus o que é isso?”. A empresa, que fica em Paraíso do Tocantins, foi procurada pelo G1 e reconheceu a irregularidade, mas pelo fato do produto ser embalado manualmente, acredita em má-fé.
Roberta, que mora em Palmas, diz que ao comprar o produto não viu nenhuma diferença no peso da embalagem. “Sempre compro [frango], mas quando abri só tinham dois pedaços de coxa e sobrecoxa”, diz, lembrando que além de ter sido lesada, o que mais a irritou foi que o almoço ficou comprometido. “Aqui em casa somos três pessoas e quando abri e só tinha dois pedaços do frango tive que correr, porque o meu almoço tem que ficar pronto até às 10h30”.
O produto é de uma indústria que fica em Paraíso do Tocantins, a 60 km de Palmas. Na quinta-feira (21), Roberta foi ao Departamento Pró Direitos e Deveres nas Relações de Consumo (Procon), em Palmas, para fazer uma reclamação, mas não teve sucesso porque não estava com o cupom fiscal do produto.
Sacolas estavam junto com pedaços de frango (Foto: Reprodução)Sacolas estavam junto com pedaços de frango
(Foto: Reprodução)
“A atendente disse que eu teria que levar a embalagem, com o cupom fiscal, no supermercado para que eles me dessem outro frango”, diz, acrescentando que não tem o cupom fiscal e que a intenção de fazer o vídeo era somente alertar a população. “Sei que errar é humano. Mostrei o vídeo, mas disseram [no Procon] que não posso contestar só com o vídeo.”
A empresa
A superintendente de garantia de qualidade da empresa, Marta Aurilene Maciel, diz que a indústria possui 19 programas de autocontrole, que o monitoramento é feito 24 horas e que o problema não pode ser erro de execução e sim uma ação proposital.
“Apesar de treinados mensalmente, supervisionados e monitorados, são seres humanos e existem pessoas com maldade para fazer isso”, diz, acrescentando que o risco existe, mas que as sacolas são manuseadas uma a uma. “O produto é embalado manualmente e depois lacrado.”
A assessoria de comunicação da empresa diz que tentou entrar em contato com a consumidora pelas redes sociais, onde o vídeo foi postado, mas não teve uma resposta. Além disso, segundo a assessoria, já foram tomadas medidas para que o problema não volte a acontecer. A indústria ainda se colocou à disposição da cliente para que ela conheça todos os procedimentos na fábrica.

Direitos
O chefe de fiscalização do Procon-TO, Francisco Rezende, diz que a orientação é que o consumidor procure o fornecedor para resolver o problema e que caso não tenha êxito deve-se procurar o órgão para fazer a reclamação. "No órgão de defesa do consumidor é preciso mostrar algum documento que vincule o cliente ao fornecedor, no caso a nota fiscal."
Rezende diz que Roberta pode registrar um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Contra o Consumidor e a Economia Popular e entrar com uma ação judicial, já que o produto é impróprio para o consumo e comercialização.

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