domingo, 31 de agosto de 2014
Proposta messiânica
Jonas Lezziero
Desde a morte de Getulio Vargas a exatos 60 anos, o povo brasileiro está permanentemente a procura do messias, do reformador, do pretenso reformador social, aquele que irá num passe de mágica resolver todos os problemas e minorar o sofrimento da população, da massa ignara e sofrida que habita as periferias das grandes cidades aos sertões deste enorme país.
Juscelino resolveu encarar o desafio, beneficiando-se da infraestrutura instalada no país por Vargas, ele implantou seu plano de metas e propiciou a arrancada para a industrialização, porém a inflação galopante corroeu os devidendos políticos obtidos por ele e na esteira da insatisfação popular surgiu Jânio Quadros, o primeiro messias, com um discurso populista e com propostas de impacto junto ao eleitorado elegeu-se presidente em 1960 com mais de 5 milhões de votos. Depois de ter cumprido uma carreira política meteórica, indo de vereador a presidente da República, sendo eleito deputado estadual, prefeito de São Paulo e governador do Estado, chegou ao Palácio do Planalto como o primeiro presidente empossado na nova capital Federal. Depois de pouco mais de 6 meses no cargo, renunciou ao mandato no dia 25 de agosto de 1961, lançando o país numa crise político-institucional gravíssima. Nos 6 meses em que esteve na presidência Jânio baixou decretos proibindo o uso de biquinis nas praias, proibiu a briga de galos, as realizações de corridas de cavalos no Jockey Club e também condecorou Che Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul em Brasília. Assim terminou o mandato do primeiro messias, que não cumpriu nada do que prometera.
O segundo messias foi Fernando Collor de Mello. Collor que surgiu como o grande líder da "nova política", o caçador de marajás, o gerente moderno de que o país precisava, que iria acabar com a inflação e promover o crescimento da economia. foi defenestrado do cargo no dia 29 de dezembro de 1992, 2 anos e 9 meses após a sua posse, sob fortes denúncias de corrupção e desvios de recursos públicos.
O terceiro messias foi o líder sindical que surgiu como o representante das massas, aquele que declarou aos quatro ventos que na presidência da República iria promover as mudanças que o povo tanto ansiava, como jamais houvera antes na história deste país. Escândalos se sucederam envolvendo a cúpula do seu partido e Lula afirmou que desconhecia os fatos.
O que se viu é o que aí está sendo mostrado nas pesquisas que apontam praticamente uma alta rejeição ao governo petista.
Agora estamos diante da quarta proposta messiânica representada por Marina Silva, que propõe uma nova maneira de fazer política, mas que não apresenta de forma clara e objetiva o seu plano de governo, com metas definidas, os seus compromissos e as prioridades a serem traçadas, tudo o que diz são palavras lançadas ao vento.
A cada falso messias que surge vem em seguida a frustração, a decepção, o desânimo.
O Brasil não precisa de um messias, de um pretenso reformador social, que apoiado pelos grandes grupos financeiros consegue ludibriar a boa fé dos incautos e depois acaba não realizando nada do que foi prometido na campanha eleitoral.
O Brasil precisa de um governo sério, que tenha autoridade para exercer o seu papel, que seja honesto em suas propostas e determinado a realizar as reformas que a nação tanto anseia e que são fundamentais para o desenvolvimento do nosso país. Mais um passo em falso e seremos remetidos ao grupo dos países mais atrasados do mundo e estaremos irremediavelmente condenados a amargar um subdesenvolvimento eterno e sem perspectivas.
A favor da demoracia, contra a corrupção.
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