sábado, 2 de agosto de 2014

Lídice critica como a segurança foi conduzida pelo governo do PT


por
Hieros vasconcelos rego
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Apresentar valores novos na política baiana, como, por exemplo, a presença e duas mulheres na mesma chapa. Ter maior atenção para a Região Metropolitana de Salvador. Criar Fundo Estadual para apoiar municípios baianos. E bater na principal fragilidade dos dois postulantes ao governo do Estado, Rui Costa (PT) e Paulo Souto (DEM): a questão da segurança pública. Estas são algumas das estratégias da candidata Lídice da Mata (PSB), da coligação Um novo Caminho para a Bahia (PSB, PSL e PLL), que carrega nas costas 30 anos de militância política e institucional.
Durante visita à Tribuna, na tarde de ontem, em companhia da candidata ao Senado, ex-ministra Eliana Calmon, a socialista conversou um pouco sobre sua agenda política e discorreu a respeito do que seu programa de governo pretende fazer pelo Estado. Na conversa, que permeou diversos assuntos, desde o período em que foi prefeita de Salvador, cuja administração teria sido “emperrada’’ pelo então governo carlista, à falta de verba de sua campanha, Lídice foi enfática ao criticar a forma como a questão da segurança pública foi conduzida pelo governo do PT.
Em sua opinião, o governo petista não buscou se diferenciar da política de segurança pública adotada pelo governo de Paulo Souto, antecessor a Jaques Wagner. Além dos altos índices de violência, ela aponta ainda como grandes erros a falta de diálogo e de manutenção de crise durante as duas greves de polícia ocorridas na Bahia, em 2012 e 2014, ambas no governo Wagner.
“Nós achamos que o governo demorou para implantar uma política diferente em relação à segurança publica, repetiu a política anterior de aumentar o efetivo, o armamento, aumentar as viaturas, enfim, mas não debateu com as instituições nem com a sociedade civil. A questão exige planejamento, monitoramento permanente e reavaliações permanentes. Outra coisa importante é a valorização de pessoal”, afirmou.
Apesar de a candidata ter assumido que o governo petista realizou melhorias nos oito anos de poder na segurança pública, ela afirma que não houve a aceitação dessas benfeitorias na tropa da Polícia Militar. “E isto é claro porque nesse período houve duas greves. A negociação e o diálogo com a categoria só foi feito após a crise. O diálogo precisa se antecipar à crise para que ela não ocorra”, disparou. A postulante ao cargo garante que, caso eleita, terá uma postura de diálogo e debaterá uma política de segurança pública no seio da própria polícia e principalmente com a sociedade, tendo como exemplo as medidas tomadas pelo aliado de partido e candidato à Presidência da República, Eduardo Campos.
Região Metropolitana - “Como Salvador pode crescer com seu território exaurido de ocupação? Temos que ter políticas metropolitanas com participação efetiva dos prefeitos. É a região onde se concentra a maior parte da população e dos problemas das grandes cidades, e um deles que irei resolver é o da mobilidade urbana”, destacou a postulante ao governo da Bahia. A criação de universidades para atender a produção científica e tecnológica na região também entra em seu programa de governo. Ela enfatiza, ainda, a necessidade de equipamentos de cultura e de esporte.
Moderada – Questionada pelo fato de criticar o governo petista, ao qual foi aliada, Lídice da Mata garante que não está, necessariamente, atacando o governo. “Sou candidata para apresentar propostas diferentes, formulando diferenças. Fui senadora eleita por aquela aliança, sei e sou grata por todos aqueles que trabalharam para a minha vitória, mas contribuí muito. Não fui tirada de lá sem nenhuma participação”, explicou.
"Salvador é uma cidade que me deu tudo"
Prefeita de capital baiana de 1992 a 1995, aos 36 anos de idade, a postulante ao governo da Bahia, Lídice da Mata, garante que o período em que sua administração sofreu as dificuldades impostas pelo então governador da época – Antônio Carlos Magalhães – foi de extrema importância para a sua maturidade política. Serviu, inclusive, para confirmar o que ela já pensava: “tenho convicção, sempre tive, de que a responsabilidade da administração pública deve se sobrepor aos posicionamentos políticos e ideológicos”.
A imagem de má gestora que lhe foi imputada, na época quando prefeita, não deve prejudicar sua candidatura. Pelo menos é o que a candidata aposta, confiante, ao lembrar que mesmo diante de tantas adversidades ela conseguiu conquistas importantes com “tão pouco dinheiro”. “Mesmo diante das dificuldades, construi mil casas populares em Salvador para os desabrigados da chuva. Não entendo por que, hoje em dia, com tanto dinheiro, não se inovou na gestão municipal do ponto de vista tecnológico. Na minha época, inovamos dotando toda a Secretaria Municipal da Fazenda de  processos informatizados, o que não existia. Criamos a Fundação Cidade Mãe”, acrescentou.
Bem-humorada, a socialista garantiu que, caso eleita, não irá perder tempo para atrapalhar qualquer gestão municipal. “Salvador é uma cidade que me deu tudo, fui eleita pra tudo na minha vida com a confiança do povo de Salvador. Jamais faria nada pra prejudicar a administração da cidade”, disse.

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