Publicado por Revolta Brasil
O
general sutilmente lembra que vários “guerrilheiros” de ontem agora são
presos condenados, que de novo se autoproclamam presos políticos. A
história parece ter sido reescrita sem muitas alterações.
31 DE MARÇO DE 1964 – UMA DATA A SER LEMBRADA
General de Exército Pedro Luis de Araújo Braga .
Presidente do Conselho Deliberativo do Clube Militar
Completa no próximo mês o seu Jubileu de Ouro o Monumento
Cívico-Militar ou a Revolução Democrática Brasileira, na realidade uma
contra-revolução que salvou o País do caos para o qual estava sendo
conduzido e que postergou, por vários anos, o êxito de nova tentativa de
tomada do poder por uma minoria comunista, então encastelada nos
sindicatos e outras instituições, bem como em diversas esferas do
Governo.
Nossos
detratores, os vencidos de então, que anistiamos na esperança de paz e
de concórdia nacionais, incansáveis, obliterados e empedernidos que são,
e outros que não viveram aqueles tempos sombrios mas que procedem como
“o papagaio de casa de tolerância do interior”, rotulam-no de “Golpe
Militar” que implantou a “ditadura” no Brasil. Este meio século, para
eles, significa “anos de chumbo”, ou “anos de escuridão”.
A técnica da propaganda aconselha que os slogans, os chavões,
as idéias-força, as palavras-chave, devem ser repetidas à larga, até
tomarem foros de realidade. E não faltam “marqueteiros” milionários,
vendedores de ilusão, para ajudar nesse mister, que conta com a ampla
difusão de certa mídia, comprada ou comprometida ideologicamente, e que
não respeita ética e nem tem compromisso com a verdade.
Se perguntarmos a um desses que engrossam tal corrente, até
bacharéis, se sabem o que caracteriza uma ditadura e quais são os
parâmetros de uma democracia, terão dificuldade em responder. Ignoram
que todos os Presidentes Militares foram eleitos pelo Congresso e que a
maioria dos países democráticos utiliza uma forma indireta de escolha de
seus mandatários. Nunca se deram conta – ou esqueceram-se, ou jamais
lhes disseram – por exemplo, que José Maria Alkmin, ex- Ministro da
Fazenda de JK, foi o Vice-Presidente de Castelo Branco, e que Aureliano
Chaves, ex-Governador de Minas Gerais, o foi de João Figueiredo. Não
lhes interessa lembrar que o MDB era o partido de oposição e que, por
duas vezes, chegou a lançar candidato à Presidência da República,
derrotado no voto. E que havia, circulando, jornais contra o governo,
como, no Rio de Janeiro, o Correio da Manhã….Ditadura?
Mas, por quê ocorreu, há meio século, o movimento de que
estamos falando? A situação nacional deteriora-se a tal ponto que se
temia um iminente golpe comunista, tal como o tentado em Novembro de
1935, para a tomada do Poder. Eram greves em atividades essenciais,
desabastecimento, inflação galopante, comícios ameaçadores, serviços
públicos em crise, as intimidações da CGT. E a Nação, cuja voz era a voz
de Deus, aflita, temerosa, apelou para suas Forças Armadas – povo
fardado que sempre, ao longo dos tempos, estiveram a seu lado, pois
nunca foram intrusas na História Pátria.
Como
bem escreveu o lendário Osório, “a farda não abafa o cidadão no peito
do soldado”. Sempre é bom lembrar a extraordinária “Marcha com Deus e a
Família pela Liberdade”, que congregou, em passeata cívica e ordeira, um
número incontável e inimaginável de bons brasileiros, de iniciativa e
coordenação de Senhoras da sociedade.
No âmago das Forças Armadas, a disciplina e a hierarquia,
suas bases constitucionais e verdadeiras cláusulas pétreas, eram
violentadas às escâncaras. Inspirados na velha tática napoleônica,
tentaram dividir-nos, para nos bater por partes. Falava-se, abertamente,
em “classe dos sargentos” e “classe dos oficiais”, como se não houvesse
uma classe militar única e indivisível, organizada em círculos
hierárquicos, sob uma disciplina comum. Teciam-se freqüentes loas aos
chamados “Generais e Almirantes do povo” – os “legalistas”, afinados com
o Governo e que colocavam a lealdade à figura do Presidente acima de
seu compromisso para com a Nação, pois só esta é eterna – e os
“Gorilas”, os que manifestavam preocupação com o estado das coisas e,
por várias vezes, haviam alertado o Governo para a situação preocupante,
na esperança de uma mudança sensata de postura. Mas o Comandante
Supremo só ouvia os “pelegos” que tinham livre acesso a ele.
Muitos não querem lembrar da revolta dos sargentos em
Brasília; da “Associação de Marinheiros e Fuzileiros”, que pregava
abertamente a insubordinação e cujos dirigentes, seguidos por outros,
acabaram refugiando-se no Sindicado dos Metalúrgicos, que lhes deu apoio
e de onde foram retirados, presos; da reunião no Automóvel Clube do
Brasil, no Passeio Público do RJ, com o incentivo e a presença de João
Goulart, e do espetáculo deprimente de praças carregando nos ombros um
Almirante, seu adepto – todos fardados -, demonstração inequívoca de
quebra de disciplina e de hierarquia. Não interessa mencionar os
comícios comunistas, a ação das Ligas Camponesas, dos “Grupos dos 11”…
Era a própria revolução marxista em marcha!
Vitorioso o movimento democrático, tão solicitado e aplaudido
pela maioria esmagadora da Nação e sem derramamento de sangue –
diferente, pois, do que ocorreu em outros países onde foi implantado,
pela força, o regime comunista – o Brasil ainda viveu anos difíceis, com
o surgimento da luta armada, nas cidades e no campo: assaltos,
seqüestros, roubos, atentados, guerrilhas. Foram os comunistas novamente
derrotados e, outra vez, não contaram com o apoio da população.
Mas, como resultado ou vingança, nossos detratores rotularam
todos os que, cumprindo ordens superiores, empenharam-se na defesa da
democracia, como “torturadores”, tal como dão, genericamente, a todo
profissional da área de Inteligência – essencial a qualquer Estado
democrático – o epíteto de “Araponga”.
Derrotados naquela luta, apresentam-se hoje como “heróis da
democracia”, cada qual fingindo ser um idealista que só queria o bem do
Brasil… No fundo, há um interesse por indenizações, bolsas e cargos. E
um exemplo dessa desigualdade e injustiça é patente: Mario Kozel Filho,
um jovem soldado que durante a prestação do Serviço Militar inicial,
estava de serviço de sentinela no Quartel-General do então II Exército,
em S. Paulo, foi vítima de um atentado terrorista e morreu; sua
beneficiária recebe pensão normal de 3º Sargento, graduação à qual foi
promovido post mortem, enquanto que o assassino que o matou, anistiado,
recebeu polpuda indenização e tem um salário mensal vitalício, isento de
Imposto de Renda…
Guerrilheiros de ontem, condenados hoje por outros crimes
recentes de corrupção e afins, têm a desfaçatez de se declararem “presos
políticos”. De seus companheiros de aventura, hoje no Poder?
As obras destes cinqüentas anos aí estão, Brasil afora. É
impossível alinhá-las todas nestas poucas linhas. Bem feitas, porque
construídas com competência, honestidade e fiscalização. Ninguém foi
acusado de corrupção. Não houve majoração indecorosa de preços, nem
“mensaleiros”, tampouco dinheiro na meia ou na cueca, nem lavagem e
depósitos em contas em paraísos fiscais. Aqueles que as edificaram
morreram pobres. Mas, para os detratores sempre ativos, é imperioso
desvinculá-las daqueles que as idealizaram e tornaram-nas realidade. Daí
até o nome de algumas tentam agora mudar. Na modesta placa de bronze
colocada na Ponte Costa e Silva, lê-se: “…É um exemplo da determinação
do Povo Brasileiro em caminhar firmemente para o futuro.” Este era o
espírito nacional àquela época! Os jovens cantavam: “Pra frente,
Brasil!” Hoje, uma entidade que parece não ter nada mais para fazer,
quer mudar-lhe o nome. Está olhando pelo retrovisor da História! Será
que pretende retirar o nome de Getúlio Vargas, ou Presidente Vargas, que
exerceu, verdadeiramente, o governo ditatorial, do Estado Novo, dado a
inúmeras cidades, usinas, escolas, hospitais e tantos outros logradouros
públicos, no País, de Norte a Sul? E a propósito, não reconhecem que
tal ditadura de quinze anos só teve fim, na realidade, quando do
regresso vitorioso dos nossos pracinhas que lutaram contra o
nazi-fascismo no Teatro de Operações da Itália.
Agora, usando a mesma tática do grande general francês antes
mencionado, procuram separar o “Exército de hoje” do “Exército de
ontem”, fosso este que tentam cavar também nas outras Forças Singulares.
Como se iludem! As infiltrações sensíveis de antes de 1964 nelas não se
repetiram. Somos todos, da Ativa, da Reserva e Reformados, uma classe
que pensa igual, que está alerta e vigilante, que troca idéias e que
quer o progresso do País e o bem-estar do povo.
O Brasil, que nasceu sob a sombra da cruz e que, como diz o
cancioneiro popular, “é bonito por natureza e abençoado por Deus”, será
sempre uma nação cristã, fraterna e acolhedora, amante da paz, livre e
democrata. Jamais será dominada pelos comunistas, mesmo que isto custe a
vida de muitos. É o nosso compromisso.
Fonte: Sociedade Militar
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