sábado, 30 de agosto de 2014

Como melhorar vida sexual após os 60


por
Carolina Garcia - iG São Paulo
Foto: Thinkstock Photos/Getty Images
Casais maduros precisam resgatar romantismo para despertar o desejo sexual
Muitas mulheres acreditam que a menopausa e a terceira idade chegam para decretar o fim da vida sexual e a prática do sexo em busca (apenas) do prazer.
E a realidade é completamente outra. Para sexólogos e geriatras ouvidos pelo Delas, o momento pode ser libertador e um dos mais prazerosos para quem ainda busca orgasmos nos 60 e poucos anos.
A reposição hormonal e o Viagra surgiram para quebrar os tabus que envolvem a sexualidade na terceira idade e dar longevidade à vida sexual.
Se entre os jovens valoriza-se a quantidade de relações na mesma noite, entre os vovôs e vovós a qualidade do ato vira prioridade. E as preliminares começam com os clássicos programas de namorados.
“É importante tirar um dia da semana, pelo menos, para namorar. Ir ao cinema ou jantar romântico em casa ajuda na excitação e reacende o desejo, já que o corpo da mulher está mais devagar”, diz Débora Pádua, fisioterapeuta sexual e educadora.
Entre os homens, a disfunção erétil pode ser resolvida com medicamentos. Já a diminuição da lubrificação vaginal e a incontinência urinária são vilãs das mulheres, mas também são facilmente controladas com lubrificantes e exercícios de contração vaginal, respectivamente.
Sexo para todos
A unanimidade entre os especialistas é de que a vida sexual deve permanecer ativa em todas as fases da vida da mulher. E elas buscam isso. Pesquisas apontam que mulheres de 50 a 55 anos dominam sites de relacionamentos em busca de um novo parceiro para consolidar a vida sexual.
Se a libido acabou, a saída é buscar os médicos da área (geriatras, ginecologistas e urologistas) e investigar se há restrição física. Muitas vezes, idosos são limitados por efeitos colaterais de remédios, pressão alta e até depressão.
Paulo Camiz, geriatra do Hospital das Clínicas (HCSP), cita ainda que o uso de álcool e o hábito de fumar afetam diretamente o sistema circulatório, reagindo diretamente na ereção.
“Ser doente não quer dizer que não tenha saúde. Adotando uma vida saudável, com atividade física regular e sociabilidade, o idoso pode retomar o controle da vida sexual”, diz o médico.
Se o bloqueio é psicológico o tema pode ser debatido com sexólogas e educadoras sexuais que ajudam a quebrar os conceitos enraizados pela sociedade.
A descoberta com o toque
Antes de embarcar em novas aventuras sexuais, a mulher precisa conhecer a própria vagina, como gosta de ser tocada e descobrir novas áreas sexuais no corpo. A melhor ferramenta nesse caso é a masturbação, com a mão ou com o chuveirinho.
“Se você não se masturba, não irá aproveitar a sexualidade. Seguindo aquele pensamento de ‘quem não cola, sai da escola’”, brinca a sexóloga Márcia Mathias, que também atura como consultora do Ashley Madison.
Débora ainda defende o uso de brinquedos eróticos, como os vibradores clitorianos, os preferidos das mulheres maduras porque são discretos.
“O pior que pode acontecer é não funcionar e os dois caírem na risada, mas ainda assim é delicioso perceber o esforço para resgatar a vida sexual”.
O sexo oral ainda é citado pelas duas profissionais como uma forma de potencializar o prazer do casal, que deve buscar opções além da clássica penetração.
"Muitas mulheres têm preconceito com o sexo oral ou apenas não sabem fazer. Dou a mesma tarefa para todas as clientes, saiam e comprem um pirulo ou um picolé. O que fazer com eles, repita na cama. Não tem erro", finaliza Márcia.
Estímulos e posições
O casal ainda pode buscar em filmes e contos eróticos momentos de inspiração. Muitas vezes, os filmes pornôs podem assustar além de causar rejeição e até frustração nos dois.
Nesse caso, vale tentar filmes dirigidos por mulheres, que são bem mais recebidos pelo toque de realidade. Livros como a trilogia “Cinquenta Tons de Cinza”, que alcançou recorde de vendas em todo o mundo, servem como pílulas de inspiração.
O sexo na terceira idade já não conta com o malabarismo dos mais jovens ao estilo Kama sutra, mas pode ser igualmente prazeroso com as posições mais confortáveis. A fisioterapeuta sexual explica que o jogo das pernas é determinante: abertas garantem penetração profunda e fechadas, mais rasa.
“Posições clássicas como a mulher deitada e o homem em pé de fora cama e o famoso ‘de ladinho’ não exigem grande esforço físico”, garante a fisioterapeuta sexual Débora.

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