quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Bolsa fecha na máxima em 19 meses com aposta em mudança de governo


Índice Ibovespa ultrapassou 61 mil pontos pela primeira vez desde janeiro de 2013

Pregão eletrônico da Bovespa em São Paulo
Pregão eletrônico da Bovespa em São Paulo (Reinaldo Canato/VEJA)
O principal índice da Bovespa fechou com pontuação máxima em 19 meses nesta quarta-feira, após pesquisas reforçarem um quadro mais difícil de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), com agentes também analisando o primeiro debate entre candidatos.
O Ibovespa fechou em alta de 1,89%, a 60.950 pontos, chegando a ultrapassar 61 mil pontos no meio do pregão. O giro financeiro da sessão somou 10,8 bilhões de reais.
Há uma forte presença de estrangeiros na bolsa corroborando o rali, em meio ao ambiente de ampla liquidez externa, mas a avaliação de agentes financeiros é de que o cenário eleitoral está amplificando o movimento. "Se não fosse a eleição, a bolsa não estaria nessa toada. Os fundamentos econômicos estão muito ruins. A eleição está trazendo a possibilidade de mudança em vários aspectos nesse sentido", disse um gestor, que preferiu não ser identificado.
Na terça-feira, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, confirmou força na pesquisa Ibope ao se aproximar de Dilma Rousseff no primeiro turno. Numa hipótese de segundo turno entre as duas, Marina ganharia de Dilma, diz o Ibope.
No primeiro debate na TV entre os presidenciáveis, também na terça, Marina prometeu governar unindo o país em contraposição à polarização entre PT e PSDB, enquanto o tucano Aécio Neves se apresentou como mudança segura. Já a presidente Dilma defendeu as realizações de seu governo. Na noite desta quarta, Marina volta ao radar em entrevista ao Jornal Nacional.
As ações da Petrobras reagiram com alta às novidades. "Os investidores estão antecipando potenciais mudanças na governança da companhia se um novo governo assumir", escreveu o analista Luiz Carvalho, do HSBC, em nota a clientes. Os papéis de Eletrobras e Banco do Brasil também avançaram 7,19% e 5%, respectivamente.
Petrobras e Eletrobras aceleraram os ganhos no final da sessão, em paralelo a comentários do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, de que o Banco Central em um eventual governo tucano será efetivamente independente, sendo secundário se isso ocorrerá por meio de lei ou não. A estatal de petróleo mostrou avanço de 4,5% no pregão desta quarta.
Em nota a clientes, o Itaú BBA ainda atrelou a valorização de Cosan ao desempenho de Marina nas pesquisas, em razão de expectativas relacionadas ao preço do etanol, mas também ao corte de projeções da safra pela Unica.
À margem da cena eleitoral, o setor de telecomunicações destacou-se na Bovespa após a Oi contratar o BTG Pactual para viabilizar proposta para compra da fatia detida indiretamente pela Telecom Italia na TIM Participações. As ações da Tim avançaram mais de 10%.
(Com Reuters)  VEJA.COM

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