Presidente argentina disse que vida segue após falta de acordo de pagamento.
Ela anunciou novas regras para consumidor e aumento de aposentadorias.
No primeiro pronunciamento após o fim do prazo para o pagamento da
dívida renegociada, que coloca o país em situação de calote – ainda que
seletivo –, a presidente argentina Cristina Kirchner disse que a vida
segue, mas também afirmou que o país está "quebrado e doente".
"É hora de o mundo colocar freios nos fundos abutres e nos bancos insaciáveis que querem seguir lucrando com uma Argentina quebrada e doente", disse Kirchner.
Durante o discurso sobre a moratória, a presidente ainda repetiu: "Não nos coloquem como na década passa, dizendo que se não fizermos isso (pagar a dívida), virá o caos".
A Argentina está em calote seletivo e técnico, já que não conseguiu fazer o pagamento de credores que renegociaram a dívida dentro do prazo, que era a quarta-feira (30). A quitação da parcela está bloqueada pela Justiça porque a sentença determinou que o país precisa primeiro pagar os fundos, para só então poder quitar as demais dívidas.
A presidente argentina disse que "se pagar mais (aos fundos), seria com a fome do povo argentino". "Eu não endividei a Argentina, nem vocês. Os que endividaram é que continuam dizendo que temos de assinar qualquer acordo."
Cirstina Kirchner também repetiu que considera a palavra calote errada para o caso e que outra palavra terá de ser inventada, já que o dinheiro está depositado e foi bloqueado pela Justiça. "A Argentina vai usar todas as medidas judiciais possíveis", disse.
Mais cedo nesta quinta-feira, o ministro argentino da economia, Axel Kicillof, também disse que "é uma bobagem atômica dizer que entramos em default".
"Calote é quando não se paga", acrescentou o ministro, que acusou o
juiz Griesa de estar favorecendo os "abutres" ao impedir que o dinheiro
depositado pelo governo argentino chegue aos credores.
Também nesta quinta, a agência de risco Fitch rebaixou a nota do país para calote restrito. Na quarta, ainda antes do fim da reunião de negociação, a Standard&Poor's já havia rebeixado a nota da Argentina.
Consumidor e aposentados
Em um evento que durou por volta de uma hora, a presidente anunciou também um pacote de novas regras de direito dos consumidores e um reajuste das aposentadorias.
Kirchner ficou tanto tempo falando das medidas, que chegou a fazer piada com a possibilidade de não abordar o calote. "Sei que vocês estão esperando que falem de outro assunto, não vou decepcioná-los", disse, depois de quase meia hora lendo dados sobre as aposentadorias no país.
Continuidade das negociações
Após o fracasso da reunião de quarta, o mediador nomeado pela Justiça dos Estados Unidos, Daniel A. Pollack, divulgou comunicado afirmando que a Argentina "não alcançou nenhuma das condições, e, como resultado, vai estar em default (calote)".
Nesta quinta, no entanto, o juiz dos EUA que decidiu em favor dos fundos agendou uma nova reunião de negociação para sexta-feira (1º).
O "default" de agora, entretanto, é diferente da moratória de 2001 porque dessa vez o país tem o dinheiro para pagar, mas está impedido pela Justiça. O calote de agora só afeta os US$ 539 milhões que não chegaram a ser efetivados por estarem retidos no Bank of New York Mellon (Bony), por determinação da Justiça dos Estados Unidos.
O juiz americano Thomas Griesa bloqueou o depósito de US$ 539 milhões feito pela Argentina, vinculando a sua liberação ao pagamento de US$ 1,33 bilhão exigidos pelos fundos especulativos.
"É hora de o mundo colocar freios nos fundos abutres e nos bancos insaciáveis que querem seguir lucrando com uma Argentina quebrada e doente", disse Kirchner.
Presidente da Argentina faz discurso em rede nacional de TV nesta quinta (31). (Foto: Daniel Garcia/AFP)
A presidente começou o discurso com ironia em relação às consequencias
para o país com a falta de pagamento. "Estamos em 31 de julho e a vida
segue andando, o que não deixa de ser uma boa notícia", disse, se
referindo implicitamente ao calote.Durante o discurso sobre a moratória, a presidente ainda repetiu: "Não nos coloquem como na década passa, dizendo que se não fizermos isso (pagar a dívida), virá o caos".
A Argentina está em calote seletivo e técnico, já que não conseguiu fazer o pagamento de credores que renegociaram a dívida dentro do prazo, que era a quarta-feira (30). A quitação da parcela está bloqueada pela Justiça porque a sentença determinou que o país precisa primeiro pagar os fundos, para só então poder quitar as demais dívidas.
A presidente argentina disse que "se pagar mais (aos fundos), seria com a fome do povo argentino". "Eu não endividei a Argentina, nem vocês. Os que endividaram é que continuam dizendo que temos de assinar qualquer acordo."
Cirstina Kirchner também repetiu que considera a palavra calote errada para o caso e que outra palavra terá de ser inventada, já que o dinheiro está depositado e foi bloqueado pela Justiça. "A Argentina vai usar todas as medidas judiciais possíveis", disse.
Também nesta quinta, a agência de risco Fitch rebaixou a nota do país para calote restrito. Na quarta, ainda antes do fim da reunião de negociação, a Standard&Poor's já havia rebeixado a nota da Argentina.
Consumidor e aposentados
Em um evento que durou por volta de uma hora, a presidente anunciou também um pacote de novas regras de direito dos consumidores e um reajuste das aposentadorias.
Kirchner ficou tanto tempo falando das medidas, que chegou a fazer piada com a possibilidade de não abordar o calote. "Sei que vocês estão esperando que falem de outro assunto, não vou decepcioná-los", disse, depois de quase meia hora lendo dados sobre as aposentadorias no país.
Continuidade das negociações
Após o fracasso da reunião de quarta, o mediador nomeado pela Justiça dos Estados Unidos, Daniel A. Pollack, divulgou comunicado afirmando que a Argentina "não alcançou nenhuma das condições, e, como resultado, vai estar em default (calote)".
Nesta quinta, no entanto, o juiz dos EUA que decidiu em favor dos fundos agendou uma nova reunião de negociação para sexta-feira (1º).
O "default" de agora, entretanto, é diferente da moratória de 2001 porque dessa vez o país tem o dinheiro para pagar, mas está impedido pela Justiça. O calote de agora só afeta os US$ 539 milhões que não chegaram a ser efetivados por estarem retidos no Bank of New York Mellon (Bony), por determinação da Justiça dos Estados Unidos.
O juiz americano Thomas Griesa bloqueou o depósito de US$ 539 milhões feito pela Argentina, vinculando a sua liberação ao pagamento de US$ 1,33 bilhão exigidos pelos fundos especulativos.
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