quinta-feira, 31 de julho de 2014

Único hospital de Camboriú cancela cirurgias devido à crise financeira


Dívidas chegam a R$ 6 milhões e metade dos funcionários pediu demissão.
Fundação Hospitalar de Camboriú tem dívidas de 10 anos atrás.

Do G1 SC
O único hospital de Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, corre o risco de fechar. Devido a uma crise financeira, metade dos funcionários da Fundação Hospitalar de Camboriú pediu demissão, o atendimento de paciente pelo Sistema Único de Sáude (SUS) foi prejudicado e cirurgias foram canceladas. As dívidas trabalhistas e com fornecedores chega a R$ 6 milhões.
Só com a folha de pagamento de funcionários, o hospital deve quase R$ 200 mil. Com os salários atrasados desde maio, metade dos 90 funcionários pediu demissão.
Segundo o hospital, desde o início do mês as cirurgias pelo SUS foram canceladas e a Secretaria de Saúde do Município está remanejado-as para outros hospitais da região. O número de cirurgias caiu de 30 para quatro por dia. Pelo SUS os pacientes podem realizar apenas exames de radiografia.
"O atraso no repasse da Secretaria do Estado da Saúde desde janeiro é que fez o hospital chegar a essa condição. 60% do nosso faturamento é do SUS, e com esses atrasos a gente começou a acumular dívidas, em especial a falta de pagamento dos salários dos funcionários. Fora isso, já tem dívidas mais antigas", explica Pheandro  Rossi Barreto, diretor do hospital de Camboriú.
Segundo a Secretaria de Saúde do Município, a gestão do hospital é mista e a parte pública é de responsabilidade do Estado. A Fundação Hospitalar de Camboriú tem dívidas de água, luz e outros fornecedores de aproximadamente 10 anos atrás. Por esse motivo, a entidade não consegue emitir certidões negativas de débito e, consequentemente, não pode assinar convênios com o Estado.
A Promotoria de Camboriú está analisando a situação e uma auditoria deve ser realizada. "Entendemos que é um serviço essencial à saúde e estamos junto à promotoria vendo uma solução para que o hospital não feche", afirma Márcia Regina Freitag, secretária de saúde de Camboriú.
O pronto atendimento do hospital é mantido pelo município e continua funcionando normalmente. "A gente pede que se resolva essa situação porque a gente precisa mesmo, fica apreensivo, precisa de um recurso", diz Viviane Wippel, auxiliar administrativa.
Posição da Secretaria de Estado da Saúde
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que Fundação Hospitalar de Camboriú tem caráter privado. "Não há atraso nos repasses da Secretaria de Estado da Saúde para a Fundação Hospitalar de Camboriú. O pagamento dos procedimentos ambulatoriais e hospitalares do Mutirão de Cirurgias Eletivas de maio, no valor de R$ 91.447,13, foi realizado terça (29)".

Em relação aos procedimentos SUS realizados pelo hospital, a Secretaria de Estado da Saúde disse que o pagamento do mês de junho será feito na sexta-feira (1º). "Os valores a serem repassados serão R$ 25.947,64 do Sistema de Procedimentos Ambulatoriais (SIA) e R$ 15.712,56 das Autorizações de Internações Hospitalares (AIH)".

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