terça-feira, 29 de julho de 2014

Rui Costa ignora Lídice da Matta e foca em Paulo Souto

Paula Pitta
A TARDE
  • Lúcio Távora | Ag. A TARDE
    Rui Costa defende que comparação com governo de Paulo Souto é necessária
O candidato do PT, o deputado federal Rui Costa, ignorou a concorrente à sucessão estadual pelo PSB, a senadora Lídice da Mata, e focou na chapa encabeçada pelo ex-governador Paulo Souto (DEM). Durante a entrevista para as rádios Cruzeiro AM, Cultura AM e Romântica FM, nesta terça-feira, 29, o petista voltou a usar a estratégia de comparar as gestões do democrata com as do governador Jaques Wagner, exaltando como o petista recebeu o governo e o que teria feito.
Nesse ritmo, Rui Costa disse que o ex-governador "deixou uma dívida de mais de R$ 1,5 bilhão" e argumentou que a crise financeira enfrentada no estado é reflexo da ausência de um fundo de poupança para pagar os aposentados.
"A dificuldade do orçamento se refere a previdência. Correto seria ter uma poupança e o aposentado receberia desse fundo. Hoje o aposentado recebe da arrecadação mensal. Para os novos servidores, esse dinheiro é poupado. Mas os antigos não. Ano que vem temos uma estimativa do Estado ter que complementar o pagamento da previdência com R$ 3 bilhões. Imagine se eu tivesse R$ 3 bilhões para investir em outras áreas?", disse acusando o ex-governador de não ter criado esse fundo.

O candidato também acusa Paulo Souto de omissão. "Qual foi o grande projeto estruturante feito por ele? O projeto da ferrovia (de Integração Oeste-Leste - Fiol) não foi Lula que fez, não foi Wagner. Foi feito há 50 anos. Os outros presidentes poderiam ter feito. O ex-governador poderia ter pego e levado para o presidente Lula, dizendo que precisava fazer a Bahia crescer. Mas não tomou iniciativa nenhuma".
Rui Costa nega que esteja atacando o adversário e defende que a comparação é importante, porque o grupo que compõe a chapa da oposição e do PT tiveram oportunidade de governar. "Quem fez mais? (O eleitor) tem que escolher entre dois projetos políticos", disse ignorando Lídice de Mata, apesar dela aparecer em segundo lugar com 11% das intenções de votos na pesquisa Ibope, sendo que o petista está em terceiro com 8% (Paulo Souto lidera com 42%).
Mais uma vez, o candidato diz que o levantamento não tem relevância, já que errou nas eleições de 2006, 2008 e 2010. Ele deu a entender que pesquisas internas demonstraram um resultado diferente e sugere que os dados podem ser manipulados. O petista diz que aguarda a análise de outras empresas, que "acertaram mais na Bahia".
Segurança
Um dos principais pontos criticados no governo Wagner, Rui Costa defende que o petista melhorou o contingente de policiais no estado, melhorou a remuneração dos delegados da Polícia Civil e iniciou a construção de uma unidade Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) em Lençóis. Ele pretende construir cinco bases para combater o crime organizado.
Outra medida seria a criação de uma unidade do Bope na Polícia Militar, além de investir na área de inteligência. O projeto do petista também prevê parceria com os municípios para instalar câmeras de segurança nas cidades. Ele defende que as imagens iriam melhorar a eficiência do trabalho dos policiais nos municípios.
Para o deputado federal, a segurança tem duas faces, a de repressão policial, "que precisa ser aperfeiçoada", e o investimento em educação. Ele argumenta que a escola em tempo integral é uma oportunidade de atrair os jovens e evitar que eles entrem para o mundo da criminalidade.
Rui Costa diz que pretende informatizar as escolas para que a família e assistentes sociais acompanhem a frequência dos alunos no colégio, agindo rapidamente quando eles começarem a faltar.
O petista também quer investir na área de esporte dentro dos colégios, como uma forma de atrair os alunos e diminuir a evasão escolar. Outra proposta é realizar parceria com os municípios, para melhorar a educação infantil.
Saúde
O candidato também propõe acordo com as cidades na área de saúde para utilizar os hospitais municipais. "Quero montar uma rede de saúde com os hospitais municipais. Mas remunerar por produtividade. Hoje a maior parte dos hospitais estão subutilizados. Boa parte do custeio está sendo pago mensalmente e poderia está oferecendo mais".
Rui Costa também sugere a informatização da área de distribuição de remédios para evitar que pacientes fiquem sem o medicamento necessário para o tratamento. A proposta é que toda cadeia - da compra até o uso pelo paciente - seja informatizado, evitando desperdícios, segundo ele.

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