quarta-feira, 2 de julho de 2014

Geddel endurece discurso contra o PT


por
Victor Pinto
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Se no nível nacional o PMDB está às boas com a presidente Dilma Rousseff (PT), na Bahia o clima não anda nada amigável. O fato, evidenciado nos últimos meses, foi ratificado após entrevista do candidato ao Senado, Geddel Vieira Lima (PMDB), nessa terça-feira (1/7). Ele, que por pouco não liderou a chapa oposicionista para corrida ao Palácio de Ondina, chamou a ex-aliada de “autoritária, concentradora e sem vocação para diplomacia”. Nas críticas, Geddel comparou a gestão de Lula com a da sua sucessora.
“Percebemos que grandes conquistas do governo Lula estão se perdendo. Isso é do estilo da presidente: concentradora, autoritária e de difícil forma de entender as diferentes correntes. A presidente não tem vocação para isso. É uma sensação de basta. Já deu”, disse.
Geddel negou existir qualquer constrangimento por optar em apoiar Aécio Neves (PSDB) à Presidência, em detrimento do apoio ao seu correligionário de sigla, Michel Temer (PMDB), que continuará a marchar com Dilma na vice-presidência. “A minha posição era claríssima e foi comunicada. Não me causa constrangimento apoiar a chapa de Aécio na esfera nacional e não a aliança de Michel Temer com Dilma”, declarou.
Já sobre a Copa do Mundo, numa eventual saída da Seleção Brasileira do certame, o peemedebista rechaçou a possibilidade de críticas voltadas à Presidência. “Acho que elas deverão ser direcionadas para o Felipão”, esclareceu. Ele defendeu  também a alternância de poder “e novas motivações e ideias mais para esse momento em que há um cansaço, uma fadiga do PT”, sinalizou.
O peemedebista também não perdeu a oportunidade para partir para cima do governador Jaques Wagner (PT), um dos seus principais adversário no pleito deste ano.
Geddel teceu críticas à publicidade do governo do estado. “A propaganda não é verdadeira. Tentam iludir as pessoas. Faz uma propaganda casada na outra, propaganda para ‘musiquinha’, com o nosso dinheiro”, alegou.
Ainda sobre o chefe do Executivo baiano, o peemedebista atingiu a relação entre Wagner e Lula e disse acreditar que a parceria prejudicou a vinda de benefícios ao estado. “É igual aquele almoço em casa em que a gente faz uma lasanha e vem mais gente que esperamos e eu e minha esposa, por exemplo, ficamos sem comer para as visitas comerem. Lula fazia isso com Wagner. ‘Não, você pode segurar um pouco’, dizia. E ajudava o Ceará, o Pernambuco e outros estados. Perdemos muito com isso”, acusou.
O político também rechaçou os números divulgados dos participantes da convenção petista na última semana. Primeiro alegou “que não era catraca” para contar o número dos presentes e depois comparou o evento a sua convenção realizada em 2010. “Isso para mim é conversa para boi dormir. Eu fiz uma grande convenção e disseram que tinha um número parecido e não ganhei a eleição”, disse.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima falou a situação vivenciada entre a agremiação e o PMDB. É sabido que o peemedebista almejava a candidatura a governador, vaga que ficou restrita ao democrata Paulo Souto.
O candidato ao Senado alegou que Souto “não tem o direito de errar”. “Fiz um enfrentamento correndo todos os riscos. E achamos que Paulo Souto, hoje, pode olhar para trás, ver erros que pode ter cometido. Ele não tem o direito de errar e está preparado para enfrentar gerencialmente os problemas que estão aí”, disse.

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