terça-feira, 29 de julho de 2014

EUA anunciam novas sanções contra Rússia por crise na Ucrânia


Três bancos e uma empresa russa entraram para a lista de sancionados.
União Europeia também chegou a acordo sobre novas sanções.

Do G1, em São Paulo
O presidente Barack Obama declarou nesta terça-feira (29) que os Estados Unidos se juntaram à União Europeia na imposição de novas sanções contra os setores de energia, indústria de armamentos e financeiro da Rússia, por seu apoio aos rebeldes no leste da Ucrânia.
"As maiores sanções que estamos anunciando hoje continuarão aumentando a pressão sobre a Rússia, incluindo seus aliados e empresas que apoiam as atividades ilegais da Rússia na Ucrânia", acrescentou.

"Se a Rússia continuar neste caminho atual, os custos à Rússia continuarão a crescer", disse Obama.
De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, o país aplicará sanções contra o banco VTB, o Banco de Moscou, o Banco de Agricultura da Rússia, e a empresa United Shipbuilding.
Com isso, a lista de bancos russos que recebem sanções dos EUA aumenta para quase todos os maiores bancos com mais de 50% participação estatal, com exceção do Sberbank.
As sanções contra os três bancos proíbem cidadãos ou empresas dos Estados Unidos de lidar com vencimentos de dívidas por mais de 90 dias ou de realizar novas ações.
As sanções aplicadas à empresa Shipbuilding, baseada em São Petersburgo, congelam qualquer ativo que a ela tenha nos Estados Unidos e proíbe transações norte-americanas.

Sanções europeias
Nesta terça mais cedo, os governos da União Europeia (UE) alcançaram um acordo para impor novas sanções econômicas à Rússia, tendo como alvo os setores de petróleo, defesa, materiais de uso civil e militar, e tecnologias sensíveis.
As sanções vão ser revistas após três meses, disse um diplomata.
Reunidos em Bruxelas, os embaixadores dos 28 países membros do bloco discutiam desde cedo a adotação de novas sanções que incluiriam uma restrição aos bancos públicos russos de operar no mercado financeiro europeu, proibição à compra e venda de armamento militar, bem como restrições à venda de material com dupla utilização (civil e militar) ou destinado à indústria petrolífera russa.

Os europeus também decidiram bloquear os bens de quatro empresários russos ligados ao presidente Putin, acusados de se beneficiar da anexação da Crimeia ou de contribuir ativamente para a desestabilização do leste da Ucrânia.
Até o momento, a UE havia privilegiado sanções contra autoridades políticas e da segurança russas e ucranianas envolvidas diretamente na desestabilização da Ucrânia e na anexação da Crimeia, com a intenção de pressionar o governo russo a mudar de atitude em relação a crise.
Com esta nova série de sanções, o bloco dá um passo importante por tratar-se de medidas que atingirão pela primeira vez setores econômicos importantes da Rússia, assumindo o risco de prejudicar sua própria economia.
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, afirmou que as novas sanções são uma "forte advertência" a Moscou, mas podem ser revertidas.
A mudança de posicionamento ocorreu após a queda de um avião civil da companhia Malaysia Airlines no leste da Ucrânia com quase 300 pessoas a bordo, incluindo muitos holandeses.

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