terça-feira, 1 de julho de 2014

Especialista diz que Copa no Brasil é mais bem organizada que Jogos de Londres


David Ranc, um especialista francês em esportes e relações internacionais, afirmou à imprensa francesa que a Copa do Mundo no Brasil neste ano está sendo mais bem organizada que a Olimpíada de Londres, de 2012. O pesquisador faz parte do projeto Pesquisa em Futebol em uma Europa Expandida (Free, na sigla em inglês), um consórcio que reúne universidades de vários países da União Europeia e da Turquia. Após a polêmica, ele escreveu um artigo no site do projeto reafirmando sua comparação e deu explicações sobre o assunto.
Para Ranc, o grande número de reportagens negativas e críticas feitas antes do início da Copa são fruto de racismo e preconceito contra países do Hemisfério Sul, e que não aparecem quando se trata de mega eventos organizados pelo Hemisfério Norte.
O pesquisador citou três exemplos de como os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, tiveram fatos que mostram uma organização pior que a que o Brasil vem mostrando na Copa: o fato de que muitas cadeiras ficaram vazias em várias competições, ao ponto de os organizadores chamarem membros do exército para preenchê-las; a mobilização do exército britânico para cobrir as lacunas da empresa privada contratada para cuidar da segurança dos Jogos, já que ela acabou contratando menos seguranças do que o necessário; e um incidente no qual o governo britânico permitiu que o exército instalasse um lança-míssil em propriedade privada nos arredores dos locais de eventos esportivos.
Outras gafes, como quando a bandeira da Coreia do Sul foi confundida com a da Coreia do Norte, ofendendo os competidores.
No caso do Brasil, o alarde foi sobre estádios e obras de mobilidade que não ficariam prontos a tempo e atrapalhariam o andamento do evento, além das manifestações que se espalhariam pelas cidades-sede. "A não ser que eu esteja enganado, até agora nada disso aconteceu realmente."
Sem querer criticar a Olimpíada de Londres, que ele disse que foi em geral bem organizada, o pesquisadores explica o motivo da comparação: mostrar o abismo entre realidade e percepção. “Sempre que um evento é organizado em um país do Sul, o discurso, e a memória, é de um fiasco em potencial, que em geral não se materializa. Sempre que um evento é organizado em um país nórdico, o discurso, e a memória, é de sucesso, mesmo quando houve fiascos de verdade”, diz Ranc.
G1

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