Patrícia França
A TARDENa Bahia, o candidato ao governo Rui Costa (PT) espera se tornar conhecido do grande eleitor e crescer nas pesquisas puxado pelo governador Jaques Wagner (PT) - seu principal cabo eleitoral no estado e que espera coroar seus oito anos de mandato elegendo o seu sucessor.
A candidatura de Rui também conta com o reforço de dois outros cabos eleitorais de peso: o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, candidata a mais um mandato no Palácio do Planalto e citada no jingle do petista.
O governador não nega sua influência, mas diz que o que sustenta e dá credibilidade a um político é o trabalho entregue. "O que vai levantar a candidatura de Rui é o conhecimento que a população passará a ter dele e do trabalho feito nos oito anos do meu governo", acredita o petista.
Para Wagner, não basta falar, é preciso ter um lastro do que fez. "Rui é sangue novo na política baiana, ele é parte desse meu projeto, vai falar o que vai fazer e terá um lastro daquilo que a gente fez.. E é evidente que a população vai comparar os oito anos de trabalho do meu grupo político com os oito anos do grupo político deles".
Candidato da oposição, o ex-governador Paulo Souto (DEM) já governou a Bahia em dois períodos. Conhecido do eleitor, Souto ainda tem o reforço do prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), principal liderança da oposição na Bahia e uma das estrelas nacionais do Democrata.
Se Neto funciona como puxador de voto para Souto na disputa local, ele, assim como o próprio Souto, tornam-se cabos eleitorais qualificados para o presidenciável Aécio Neves (PSDB) no estado.
Quarto maior colégio eleitoral do país e onde o PT teve melhor desempenho nas últimas eleições, a Bahia também é o estado do Nordeste considerado prioritário para as campanhas do tucano e de Eduardo Campos, o presidenciável do PSB.
ACM Neto diz não ter dúvida de que o resultado do trabalho que vem desenvolvendo em Salvador tem repercussão na campanha de Souto, o que acaba influenciando o eleitor do interior.
"A capital é sempre a grande vitrine do estado. Em 2012 eu já dizia que a mudança na Bahia tinha que começar com a mudança em Salvador. E que a Bahia não iria bem se Salvador fosse mal", disse ele, sem deixar de registrar o legado de Souto como governador e senador.
Na contramão dos dois principais concorrentes, a socialista Lídice da Mata conta com a própria trajetória política - vereadora, prefeita, deputada e senadora - para impulsionar o seu nome ao governo do estado e do candidato do PSB ao Planalto.
"Não me vejo como puxadora de voto de uma candidatura presidencial, mas a garantia de um palanque construído com coerência, com tradição popular e conhecimento da Bahia", analisa Lídice, admitindo que seu patrimônio político abre espaço para Eduardo Campos crescer na Bahia.
Colaborou Biaggio Talento
Pesquisa confirma a influência sobre eleitores
Patrícia FrançaA campanha presidencial de 2014 já colocou em disputa dois cabos eleitorais que governaram o país em dois mandatos consecutivos: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Adversários em eleições passadas, Lula e FHC voltam agora como apoiadores da candidatura de Dilma Rousseff (PT) e de Aécio Neves (PSDB), respectivamente.
O petista está em vantagem. Pesquisa Datafolha publicada no dia 6 de junho colocou o ex-presidente Lula como o maior cabo eleitoral do Brasil.
Trinta e seis por cento dos entrevistados disseram que votariam “com certeza” em alguém apoiado pelo petista. Lula trabalha para reeleger a sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff (PT).
Em segundo lugar aparece o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, com 26% dos eleitores afirmando que votariam em um candidato indicado por ele. Até agora, Barbosa não declarou voto a nenhum dos candidatos.
Na Bahia, os valores defendidos por Joaquim Barbosa podem funcionar como uma espécie de sombra para a ex-ministra do STJ e candidata ao Senado pelo PSB-Rede, Eliana Calmon. Eliana, como Barbosa, ganhou notoriedade na magistratura ao fazer a defesa intransigente da ética e contra a corrupção.
A ex-senadora Marina Silva, vice na chapa de Eduardo Campos (PSB), obteve 18% de influência sobre o eleitor. Detentora de um patrimônio político de 20 milhões de votos, ela é a aposta de Campos para alavancar sua candidatura no horário eleitoral gratuito.
Já o ex-presidente FHC, que apoia o presidenciável Aécio Neves, é o que menos influencia, com 12% dos votos. Registre-se que o tucano tem a maior influência negativa: 57% não votariam em alguém apoiado por ele de jeito nenhum.
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