quinta-feira, 31 de julho de 2014

Bolsa da Argentina fecha em queda de 8% após calote


País está em calote técnico por não conseguir acordo com fundos credores.
Agência de risco Fitch rebaixou nota do país, seguindo ação da S&P.

Do G1, em São Paulo
A bolsa da Argentina fechou em queda de mais de 8% nesta quinta-feira (31), após o país ultrapassar o prazo para pagar a dívida renegociada com credores, que venceu na quarta. De acordo com a Bloomberg, o Merval foi o índice que mais caiu no mundo.
 
A imprensa local afirma que a queda ocorre depois de a bolsa alcançar sua máxima histórica na quarta-feira, quando ainda havia esperanças de um acordo que conseguiria evitar o calote.
Segundo a Reuters, as ações da petrólifera estatal YPF chegaram a cair 6,4% durante as negociações.
De acordo com a agência EFE, o índice Merval perdeu 8,38%, para 8.188 pontos. O Índice Geral da Bolsa também teve forte de baixa, de 6,8%, para 379.926 pontos, e o Merval 25 caiu 8,39%, para 8.224,96.
O volume de negócios foi de 272,1 milhões de pesos (US$ 33,1 milhões), com 16 altas, 65 baixas e um título estável.
No fim da tarde desta quinta, a agência de risco Fitch também rebaixou a nota de risco da Argentina, seguindo a ação da Standard&Poor's, na quarta. Ambas as agências colocaram a nota em default seletivo ou restrito.
Batalha jurídica
Uma decisão judicial determinou que o governo argentino pagasse aos fundos que não aceitaram renegociar a dívida, bloqueando o pagamento a credores que já haviam renegociado.
O país tinha de quitar uma parcela com estes segundos credores até quarta e, para conseguir isso, tinha de chegar a um acordo com os fundos. Sem, isso a Argentina entrou do que é considerado um calote técnico – porque há dinheiro para o pagamento.
Após o fracasso da reunião de quarta, o mediador nomeado pela Justiça dos Estados Unidos, Daniel A. Pollack, divulgou comunicado afirmando que a Argentina "não alcançou nenhuma das condições, e, como resultado, vai estar em default (calote)".
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5 pontos para entender o calote da argentina (VALE ESTE) (Foto: G1)
Nesta quinta, no entanto, o juiz dos EUA que decidiu em favor dos fundos agendou uma nova reunião de negociação para sexta-feira (1º).
Calote seletivo
O "default" de agora, entretanto, é diferente da moratória de 2001 porque dessa vez o país tem o  dinheiro para pagar, mas está impedido pela Justiça. O calote de agora só afeta os US$ 539 milhões que não chegaram a ser efetivados por estarem retidos no Bank of New York Mellon (Bony), por determinação da Justiça dos Estados Unidos.
O juiz americano Thomas Griesa bloqueou o depósito de US$ 539 milhões feito pela Argentina, vinculando a sua liberação ao pagamento de US$ 1,33 bilhão exigidos pelos fundos especulativos.
O governo argentino rechaça o termo "calote" uma vez que efetuou o depósito.
"É uma bobagem atômica dizer que entramos em default", afirmou o ministro da Economia, Axel Kicillof. "Calote é quando não se paga", acrescentou o ministro, que acusou o juiz Griesa de estar favorecendo os "abutres" ao impedir que o dinheiro depositado pelo governo argentino chegue aos credores.

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