quarta-feira, 30 de julho de 2014

A verdade reduzida à ideologia. Um artigo magistral de J. R. Guzzo sobre a pregação totalitária do PT.


A foto é um mero exemplo do totalitarismo petista
O jornalista J. R. Guzzo, articulista da Veja, toca num ponto pelo qual este blog tem se batido há anos: apesar de haver  eleições, nossa democracia não está consolidada, pois temos no poder um partido com pregação totalitária. O mercado, através do escândalo Santander, já recebeu a primeira bordoada - e, de maneira crápula, seu chefão se encolheu. A imprensa sofre assédio constante e ameaçador, apesar dos esbirros ideológicos formados pelas escolinhas de comunicação, que transformaram Lula em um ser intocável. Repito o alerta feito em post de ontem, sobre artigo de Guilhon Albuquerque: o problema já não é a (improvável) reeleição de Dilma, é estar atento às manobras de Lula et caterva para impedir a alternância de poder, desrespeitando o resultado das urnas. É a isto que se refere o texto de Guzzo, que assino embaixo, ponto por ponto. O empresariado que despreza valores e princípíos já recebeu a primeira estocada do lulopetismo - e é bom que acorde. Parte da sociedade, infensa ao neopatrionialismo petista, já acordou. É hora de erradicar a seita petista:


A campanha eleitoral para a Presidência da República e os governos estaduais está prometendo colocar o Brasil diante de uma pregação totalitária para ninguém botar defeito. Tudo isto? É sempre confortável, claro, imaginar que essas coisas não acontecem mais hoje em dia, não num país que caminha para a sétima edição presidencial seguida com voto livre, secreto e universal, sob a proteção de todas as leis e defesas de um Estado de Direito. Virar a mesa, a esta altura do jogo, com certeza não é fácil. Mas, como se vê, não é impossível criar um clima de hostilidade disfarçada, ou nem tão disfarçada assim, às regras segundo as quais candidatos de oposição têm o direito de disputar a Presidência, e o vencedor deve ser aquele que teve maioria absoluta de votos. É o que já se pode ver, neste momento, pelos atos praticados na campanha do governo e seu partido para reeleger a presidente Dilma Rousseff - ou, se não é isso, estão fazendo o possível para parecer que é. Sua atitude diante da eleição de outubro, pelo que dizem e fazem em público, é sustentar que os eleitores brasileiros só podem tomar uma decisão nas urnas: reeleger a presidente Dilma. Qualquer outro resultado, segundo o que têm pregado até agora, seria um " golpe de Estado da direita".

Não é uma suposição ou um exagero; são fatos que se repetem na frente de todo mundo, com frequência cada vez maior. A mensagem que o governo está enviando ao público em geral, quando se raspa o verniz do palavrório, é a seguinte: a alternância de poder não pode ser aceita pelo povo brasileiro, pois é um mal em si. Servirá apenas para colocar no governo a elite branca, principalmente a "do Sul", que vai "se aproveitar" de métodos falsamente democráticos, como são essas "eleições formais", para tirar do poder as forças comandadas pelo PT - as únicas, sempre na visão oficial, que têm o direito político e moral de governar o Brasil, pois quem discorda delas quer agir contra a pátria, o interesse nacional e os "benefícios sociais" que o povo ganhou nos últimos doze anos com Dilma e seu antecessor, o ex-presidente Lula. Em português claro: é indispensável para salvar a "verdadeira democracia", agir contra a democracia defeituosa que "está aí". A regra eleitoral, em suma, só vale se a presidente for reeleita. Se ela perder, é "golpe". Fim de conversa.

A ferramenta mais utilizada no momento para levar adiante esse evangelho é alegar que o governo está sitiado por uma poderosíssima ofensiva conservadora, que lançaria mão de armas e recursos desproporcionais, desleais e ilícitos para "derrubar" a presente administração do PT e sua "base aliada". Como assim? Disputar uma eleição, dentro das regras estabelecidas em lei, seria "derrubar" alguém? Também não dá para entender como pode se colocar no papel de vítima um governo cuja candidata tem à sua disposição todo um arsenal termonuclear de vantagens materiais para ganhar a eleição. Dilma conta com um tempo de propaganda obrigatória na televisão que é o dobro do que têm, somadas, as candidaturas de seus dois concorrentes mais próximos. Esse patrimônio, como é público, foi comprado dos partidos de aluguel que andam por aí, tentando escapar da polícia e do Código Penal, em troca de cargos rentáveis no governo, desses que decidem licitações de obras e outras maravilhas - algo que só pode ser dado por quem está no poder.

A campanha da presidente estimou que vai gastar 300 milhões de reais até outubro - cerca de 50% a mais do que o valor de 2010, e um total maior do que o de qualquer adversário. O governo se vale, também, do Tesouro Nacional; só nos meses de maio e junho gastou cerca de 800 milhões de reais em propaganda pró-Dilma. É dinheiro público direto na veia - de novo, coisa que só pode fazer quem manda no caixa. O governo tem a seu favor 70% dos votos no Congresso, uma força decisiva para protegê-lo de acusações de corrupção; com isso, 300 pedidos de investigação sobre irregularidades estão bloqueados no momento. As empreiteiras de obras jogam pesado a favor do governo - entre outros adjutórios, pressionam parlamentares que lhes devem favores a segurar a apuração dos recentes escândalos em torno da Petrobras. Mais que tudo, vende-se abertamente mercadoria falsa. Qualquer crítica em relação ao governo é tida como "preconceito". Quedas nas pesquisas são atribuídas ao "ódio" de quem discorda. A presidente chama de "urubus" os que apontam algum problema em seu governo.

O que Lula, Dilma e o PT estão dizendo é algo bem claro: "Só existe uma verdade aqui - a nossa". (Grato, Maricota, que surrupiou o texto da Veja).
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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