A
revista inglesa “The Economist” publicou reportagem na edição impressa
desta semana que analisa a primeira fase da Copa do Mundo no Brasil. O
texto com o título “O veredicto do intervalo”, diz que o torneio já um
sucesso, do ponto de vista desportivo, mas afeta negativamente a
economia do país. “Em geral, economistas concordam que grandes eventos
esportivos têm retorno financeiro insignificante”, relata a revista
A reportagem cita possíveis prejuízos que a Copa
teria causado na produtividade da indústria, citando um levantamento da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de que os
feriados decretados em dias de jogos gerariam uma perda de R$ 30
bilhões, montante maior que o retorno esperado pelo governo com a vinda
de turistas ao Brasil (R$ 6,7 bilhões).
O texto afirma que obras de infraestrutura
realizadas para o Mundial melhoraram a vida dos moradores, como a
construção de um novo aeroporto para atender a população de Natal, obras
viárias em Recife, Brasília, Curitiba e Salvador, e um sistema de
gerenciamento de emergências que auxiliou o atendimento de vítimas das
chuvas no Rio Grande do Norte.
Porém, segundo a “The Economist”, nem tudo ficou
pronto a tempo de receber os visitantes. A reportagem cita um estudo de
uma pesquisadora da Universidade Federal do Paraná, afirmando que dos
dez projetos de mobilidade urbana previstos para Curitiba, apenas um foi
concluído. “Em outros lugares, muitas obras foram concluídas nos
acréscimos”, explica o texto.
Ainda segundo a revista, mesmo com o trânsito
pesado em ruas de São Paulo ou Natal, os torcedores encontraram tudo
funcionando. Um dos turistas, o americano Adrian Richardson, disse ter
ido ao Nordeste para o torcer pelos Estados Unidos, e, segundo a
revista, fez algumas comparações com o Mundial da África do Sul, de
2010. Segundo ele, as estradas são piores e há um policiamento maior.
“Mas as partidas estão melhores”, complementa.
De fato, segundo a revista, a segurança foi
reforçada após protestos realizados na época da Copa das Confederações,
em junho/julho de 2013, que reuniram milhares em várias cidades. Foram
adicionados 147 mil policiais e soldados e “não é de se admirar que as
manifestações anti-Copa têm sido, até agora, tranquilas”.
O texto faz uma reflexão sobre o impacto da Copa
nas eleições presidenciais deste ano. Sobre a presidente Dilma Rousseff,
a “The Economist” diz que o bom funcionamento da Copa não contribuiu
para uma queda de sua popularidade, e apresenta uma pesquisa do Ibope,
feita dias antes do início da competição, que apontava, pela primeira
vez, que os brasileiros consideravam que o governo atual não fazia um
bom trabalho.
A revista britânica conclui dizendo que governantes
locais, tanto prefeitos, como governadores, foram os que mais
conseguiram “marcar pontos” em comparação com a presidente. O texto cita
o prefeito de Salvador, Antônio Magalhães Neto (DEM) e o ex-governador
de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), um dos opositores de Dilma.
FONTE G1
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