segunda-feira, 30 de junho de 2014

Maluf junto com Skaf, como se antecipou aqui: obra de Lula


Ora vejam: noticiei aqui no dia 27, na sexta, que o PP de Paulo Maluf estava de mudança, de mala e cuia, para a candidatura de Paulo Skaf (PMDB) ao governo de São Paulo. Eis aqui:
PP - Paulo Maluf
Dito e feito. Agora é oficial. Um mês depois de anunciar o apoio a Alexandre Padilha, do PT, com direito a fotografia e tudo, o PP já se juntou ao peemedebista, levando-lhe mais um 1min15s ao menos de tempo no horário eleitoral gratuito. Em quatro dias, com a adesão também do PSD, Skaf ganhou 2min30s a mais e deve ser o primeiro colocado nesse quesito, seguido por Geraldo Alckmin e Padilha. A Justiça Eleitoral ainda vai determinar quanto cabe a cada um. Numa estimativa preliminar, o peemedebista está com 5min52s; o tucano, com 5min14s, e o petista, com 3min47s.
Que não se perca de vista: a migração do PP para a Padilha se deu com as bênçãos de Lula. Padilha sempre foi uma escolha do Apedeuta, não de Dilma. O Planalto, atendendo a um pedido de Michel Temer, vice-presidente, não criou dificuldades para Skaf fazer suas alianças. Os próprios lulistas acabaram cristianizando Padilha, que agora só tem o PR, de Valdemar Costa Neto, e o PC do B como aliados. Até agora, não partiu nenhuma ordem da cadeia, onde está Costa Neto, para romper a aliança com o PT. O partido vai indicar o vice na chapa. O próprio PCdoB chegou bem perto de abandonar o candidato petista.
A esta altura, já não resta a menor dúvida de que o Skaf se tornou “o nome” para tentar apear o PSDB do poder em São Paulo. PROS, PSD e PDT, todos partidos da base, se juntaram ao PMDB. O próprio Lula está convencido de ser esse o melhor caminho — embora, na campanha, Skaf tenha anunciado a disposição de ficar um tanto distante de Dilma. O candidato sabe que, caso ele e a presidente sejam bem-sucedidos, há tempo de sobra para a posterior aproximação.
O cenário que se desenha é o seguinte: a Skaf caberá o lado mais, digamos, propositivo da campanha, anunciando novas auroras para São Paulo, e Padilha fica, então, com os chutes da canela; o petista tenta desgastar a gestão Alckmin, e o peemedebista avança com o discurso um pouco mais civilizado.
Nunca antes na historia destepaiz um candidato foi cristianizado tão cedo como Alexandre Padilha. É claro que lhe vai caber um tristíssimo papel nessa história toda. Mas ele não liga, não é mesmo? Faz parte do seu show.
Por Reinaldo Azevedo

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