Brasil da Dilma tem segunda-feira negra: mercado prevê PIB a 1,16%, pessimismo da indústria cresce pelo sexto mês seguido.
Do Valor Econômico:
Os analistas de mercado reduziram pela quinta semana
consecutiva suas estimativas para o crescimento da economia brasileira em 2014
e cortaram pela sexta vez a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de
2015, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central.
A previsão para o cerscimento do PIB de 2014 saiu de 1,16%
para 1,10%, enquanto a do próximo foi de 1,60% para 1,50%. Há um mês,
esperava-se expansão de 1,50% neste calendário e de 1,85% em 2015. A estimativa para a produção industrial em 2014 foi mantida
em queda de 0,14%, mas a de 2015 foi revista de avanço de 2,30% para 2,20%.
As avaliações sobre a economia têm se deteriorado inclusive
entre órgãos oficiais. Na semana passada, o BC informou em seu Relatório
Trimestral de Inflação ter cortado sua estimativa para o crescimento do PIB em
2014, de 2% para 1,6%. O governo federal, em seu mais recente relatório de
receitas e despesas, ainda considerava crescimento de 2,5%.
O Focus mostra que o mercado não mudou suas projeções para a
taxa de juro e para a inflação. Assim, a expectativa é de Selic a 11% no fim de
2014 e de 12% em 2015. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) foram mantidas as projeções de alta de 6,46% neste calendário e de 6,10%
no próximo ano. Para junho, foi conservada a estimativa de elevação de 0,34%
para o IPCA. Em 12 meses, a perspectiva segue em 5,91% de aumento.
Os analistas Top 5 - os que mais acertam as previsões -
também mantiveram suas posições. As estimativas de médio prazo para a inflação
seguiram em 6,33% e 7,03% em 2014 e 2015, respectivamente; para a Selic,
seguiram em 11% em ambos os anos. A projeção para o câmbio seguiu inalterada pela quarta
semana consecutiva. Dessa forma, o dólar deve encerrar em R$ 2,40 neste ano e
em R$ 2,50 em 2015.
Da Reuters:
A confiança do empresário brasileiro continua abalado e teve
em junho a sexta queda seguida, segundo medição feita pela FGV (Fundação
Getulio Vargas). O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,9% em junho
sobre o final de maio. No mês anterior, a queda havia sido de 5,1%.
"A queda adicional da confiança e a expressiva
diminuição do nível de utilização da capacidade no mês sinalizam o
aprofundamento do quadro de deterioração do ambiente de negócios que vinha
sendo observado ao longo do segundo trimestre. A piora persistente das
expectativas, por sua vez, mostra que o empresariado industrial ainda não vê
sinais de melhora no curto prazo", destacou a FGV.
A produção industrial brasileira iniciou o segundo trimestre
do ano ainda mostrando contração, com recuo de 0,3% em abril. O ICI passou em junho a 87,2 pontos, contra 90,7 pontos no
mês anterior. O indicador varia de 0 a 200. Medições abaixo de 100 indicam
pessimismo, e acima, otimismo.
O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 2,4%, para 90,1
pontos, influenciado principalmente pela avaliação sobre o nível atual de
demanda. O Índice de Expectativas (IE), por sua vez, recuou 5,4%,
para 84,4 pontos, com destaque para a previsão de produção.
A FGV informou ainda que o Nível de Utilização da Capacidade
Instalada foi a 83,5% em junho, queda de 0,8 ponto percentual sobre maio,
atingindo o menor patamar desde novembro de 2011 (83,3%).
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