A 40 dias para o início dos jogos da Copa do Mundo,
o comércio soteropolitano ainda não está animado com as venda de
artigos verde e amarelo. Tanto no centro da cidade, quanto nos shopping
centers, a exposição dos itens padronizados com as cores da seleção
ainda é tímida, fruto da baixa procura dos consumidores segundo alegam
os lojistas. A experiência da Copa das Confederações, em junho do ano
passado, foi um dos motivos que deixaram os comerciantes mais cautelosos
em relação aos investimentos para o Mundial.
Na loja Variedade.com, na Avenida Sete, produtos como
bandeiras, faixas, cornetas, chapéus e até perucas já estão em exposição
e tomam boa parte do estabelecimento. Com a oferta de produtos a partir
de R$ 0,80 nas compras
em atacado e R$ 1,50 no varejo, a loja já está com todos os produtos
disponíveis em exposição e não deve ter novos investimentos até o início
dos jogos, segundo afirmou a gerente do estabelecimento, Alessandra
Costa.
“Junho será um mês meio morto, cheio de feriados, sem contar
as promessas de manifestações nas ruas. Provavelmente a gente não deve
abrir nestes dias e por isso não há a possibilidade de se investir mais
na compra
destes artigos”, afirmou Alessandra. Tomando como experiência o fluxo
de venda da Copa das Confederações, ela diz que investiu pouco na
aquisição dos artigos verdes e amarelos e que a procura tímida dos
consumidores só faz atestar a teoria de poucas vendas no período.
“Para se ter uma ideia, na Copa das Confederações nós vendemos mais
artigos para os manifestantes do que para os torcedores. Só não tivemos
prejuízo por isso”, continuou. Nas lojas de roupas, a situação se
repete. No centro da cidade, nos camelôs e até nos shoppings, poucos são
os estabelecimentos que entraram no clima do Mundial. Nas que já
possuem roupas padronizadas, a variedade oferecida ainda é pequena, mas
deve aumentar com a proximidade dos jogos.
Apesar de ainda haver o feriado do Dia das Mães, antes do início dos
jogos, o presidente do Sindicato dos Lojistas da Bahia (Sindilojas),
Paulo Mota, afirma que, no geral, o comércio, neste primeiro semestre,
não deve fechar com bons resultados. “O consumidor está de mal com o
comércio e o comerciante, por sua vez, está prevenido, não está
investindo muito nos itens para a Copa, até porque a confiabilidade da
população neste evento esportivo está em baixa”, explica o sindicalista.
Na opinião dele, o setor de serviços, como hotéis, restaurantes e
bares, deve ser mais beneficiado com o aumento do movimento no período
dos jogos do que o comércio varejista. “Não dá para se investir muito
nestes itens, porque quando acaba a Copa os lojistas não têm como
desovar estes produtos, aí só em 2016, nas Olimpíadas”, continuou Motta.
Camisas da Argentina
Dona de uma barraca de venda de roupa de esportes,
Joelha Braz diz que além de as vendas não estarem dentro da expectativa,
as camisas da seleção brasileiras andam empacadas, perdendo, inclusive,
para itens de outras seleções sulamericanas. “Aqui a campeã de venda é a
camisa da Argentina, depois vem a do Uruguai, para depois sair a do
Brasil”, conta, excluindo a saída de peças dos times brasileiros.
Já os consumidores, aguardam a recuperação dos gastos com a
Semana Santa e com a Páscoa, para então sair à procura dos itens da
Copa. “É um feriadão em cima do outro, uma festa seguida de outra. A
gente fica sem dinheiro.
Embora não goste muito de futebol, devo comprar uma ou duas coisinhas
com as cores do Brasil, mas não pretendo gastar muito”, afirma a técnica
em enfermagem Sandra Rodrigues. Assim como ela, boa parte dos
soteropolitanos deve deixar as compras para o início de junho, quando os
produtos devem ficar mais baratos.
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