Levantamento foi feito com dados da PF sobre estrangeiros no Brasil.
Bósnia e Costa do Marfim são os países com menos residentes oficiais.
O português Antero, que faz parte da maior
torcida estrangeira morando no Brasil (Foto:
Divulgação)
Durante a Copa do Mundo, que começa dia 12 de junho, os portugueses vão
ser a maior torcida local estrangeira no país. Segundo dados da Polícia
Federal, entre os países que vão competir no Mundial contra o Brasil, Portugal ganha com larga folga no ranking de torcedores de origem estrangeira que moram em terras brasileiras.torcida estrangeira morando no Brasil (Foto:
Divulgação)
São 281,9 mil portugueses no país, o que representa uma diferença de 189 mil pessoas em relação ao segundo colocado na lista, o Japão (92,8 mil). Em seguida, as maiores torcidas são da Itália (76,1 mil), da Espanha (64,1 mil), da Argentina (51,9 mil) e dos Estados Unidos (35,8 mil).
Já Bósnia e Herzegovina vai ter apenas 25 torcedores locais. Quatro países africanos também ficaram no final do ranking: Gana (281 pessoas morando no Brasil atualmente), Camarões (253), Argélia (135) e Costa do Marfim (119).
No total, 810,5 mil estrangeiros morando no país são dos 31 países rivais do Brasil na Copa. Turistas não precisam se registrar. A Polícia Federal ressalta que “não há como mensurar o número de pessoas que se mantém na clandestinidade”, então os números são apenas de pessoas que estão no país legalmente.
Mas mesmo considerando a venda de ingressos por países, dificilmente Portugal será superado. Segundo a Fifa, residentes nos EUA foram, depois dos brasileiros, os que mais solicitaram ingressos, com 187.063, seguido por Alemanha (56.885), Inglaterra (56.219), Argentina (55.524), Austrália (51.317), Colômbia (51.086), Chile (35.235) e França (34.209). Turistas de Portugal surgem em 25º, com 6.145.
Nem todos os estrangeiros que vivem no país vão torcer contra os brasileiros.
Como destaca o português Antero José Pereira, que, dos seus 60 anos, já passou 46 vivendo no Brasil, o coração vai ficar dividido durante a Copa. “Gosto da seleção portuguesa, mas também torço pela brasileira. Vim para cá quando tinha apenas 14 anos, então adoro o Brasil”, diz.
Pereira, que mora em São Paulo, diz que deseja que os dois países disputem a final do Mundial. “Vou torcer para o melhor ganhar. Vou festejar de qualquer jeito”, comenta.
O italiano Raffaello Agati, que mora há três anos em Salvador, diz que, apesar de torcer para a Itália, sabe que a seleção “não tem chance”. “Eu sou sincero e digo que o Brasil é o Brasil. O espetáculo é garantido, então ganhar seria difícil. A atual seleção da Itália é nova e não tem experiência”, diz. Apesar disso, sabe que há obstáculos para a vitória brasileira. “Alemanha, Espanha e França são seleções que sempre assustam.”
A camaronesa Melanito diz que vai torcer em
primeiro lugar para seu país, e, em segundo, para
o Brasil (Foto: Divulgação/Biyou'Z Restaurante Afro)
Já a camaronesa Melanito Biyouha, que está há dez anos no Brasil, diz
que vai torcer para a seleção brasileira, mas que seu país é prioridade.
“Não tem como não torcer para o Brasil, pois ele me acolheu. Mas
primeiro vou torcer para Camarões”, garante.primeiro lugar para seu país, e, em segundo, para
o Brasil (Foto: Divulgação/Biyou'Z Restaurante Afro)
Festas dos países
Melanito diz que, apesar de serem poucos no país, camaroneses estão se organizando em São Paulo para fazer uma torcida e assistir aos jogos juntos. “Geralmente, quando é a Copa Africana, as pessoas já se reúnem. Vira uma festa”, diz.
Apesar da torcida dividida, tanto Agati quanto Pereira também vão se reunir a outros conterrâneos para ver os jogos dos seus países. “Vamos nos juntar para fazer almoço e assistir todos os jogos da Itália, um dia na casa de um, um dia na casa de outro. Se tivesse jogo aqui [Salvador], eu levaria um grupo de amigos italianos para assistir no estádio”, diz Agati.
Já Pereira vai participar de encontros na Casa de Portugal, no Centro de São Paulo. “Na última Copa, chegava a reunir entre 300 e 400 pessoas. É uma maneira de matar um pouquinho a saudade da nossa terra”, diz.
Os dados da Polícia Federal são do Sistema Nacional de Cadastramento e Registro de Estrangeiros (Sincre) e apontam o total de estrangeiros com registros ativos. Os registros envolvem as modalidades de residentes (refugiados), permanentes, provisórios (anistiados) e temporários (estudantes, artistas, atletas, acadêmicos que estejam no país por determinado período de tempo).
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