quinta-feira, 1 de maio de 2014

Exército em Greve na Bolívia. Governo recua, militares demitidos serão reintegrados.


   A crise militar na Bolívia pode parecer simplesmente uma luta em torno de demandas salariais e igualdade de direitos, mas não é somente isso. O problema perpassa essa questão e serve de observatório para analistas políticos-militares do mundo inteiro, sobretudo do Brasil.
   A “cubanização” da América Latina esta em curso, e a Bolívia deve ser observada com atenção.
militares sargentos bolivianos
Revista Sociedade Militar - Greve de Militares na Bolívia.
   Depois de ter destruído o Judiciário Bolíviano, o governo de Evo Morales parece determinado a destruir as estruturas das forças armadas. A desorganização foi implantada pelo presidente, desde o momento que impulsionou a politização de seus soldados, buscando tornar as instituições militares "socialistas" e "anti-imperialistas", a exemplo do que fez seu tutor Hugo Chávez na Venezuela.
   O artigo 245 da Constituição Boliviana diz: "A organização das Forças Armadas repousa na hierarquia e na disciplina.
  Forças Armadas "descolonizadas, anti-imperialistas e anti-capitalistas" é a proposta atual do do alto comando militar da Bolívia, fieis a seu comandante Evo Morales. Estes conceitos foram aceitos e expressos recentemente pelo almirante Victor Baldiviezo Hache, Comandante em Chefe das Forças Armadas.
As modificações institucionais demostram a influência Castro - Chavista nos quartéis bolivianos.
Por decisão de Evo Morales, na sua qualidade de Comandante em Chefe, desde 2010 a saudação militar boliviana mudou para "Patria o Muerte, Venceremos".
Estamos diante de um novo capítulo no processo de degradação de arranjos institucionais impulsionado aos poucos por um governo que dá preferência a ONGS e MINORIAS escandalosas, que quase sempre representam interesses de aproveitadores.
A indisciplina e a quebra de hierarquia são indesejáveis, mas diante do caos institucional, os militares do baixo escalão se sentiram prejudicados, discriminados, e resolveram apelar para a arma atualmente mais comum e bem sucedida, a greve e manifestação pública. A princípio a reação da cúpula militar foi dura, reagindo com demissões e punições, mas logo em seguida, como já era de ser esperar, o governo relaxou e resolveu rever as sanções aplicadas aos grevistas.
Veja o texto publicado hoje em vários jornais bolivianos (tradução livre):
O Comandante em Chefe das Forças Armadas, V.Baldivieso, confirmou a medida de readimissão dos militares demitidos, e essa noite dará inicio a um diálogo com o denominado “comando dos suboficiais”, pra discutir uma agenda com 18 pontos.”
O caos e desorganização generalizados, comuns em governos socialistas, inevitavelmente leva à crises institucionais. Em se tratando de militares o normal seria que as demandas fossem encaminhadas aos comandantes, e que estes fossem confiáveis e fieis a seus comandados. Contudo, na Bolívia, assim como em outros países cubanizados, aqueles que se organizam, se manifestam e gritam mais alto são os agraciados pelo sistema, em detrimento daqueles que permanecem disciplinados.
Os militares grevistas marcharam gritando o slogam comunista imposto por Evo Morales, Patria o Muerte, Venceremos.
Os sargentos se manifestaram com o apoio de organizações que congregam suas esposas e índios Aymara.

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