por
Tatiana Ribeiro
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
A 48 dias antes da Copa do Mundo,
quase 80% dos hotéis de Salvador estão com os quartos reservados para o
período do mundial, de acordo com a Secretaria de Turismo da Bahia,
Setur, que estima que chegue a 100% até junho. São 39 mil leitos, 402
estabelecimentos entre hotéis, pousadas, albergues, hostels, além da
modalidade cama e café em Salvador e 180 no Litoral Norte.
A equipe de reportagem da Tribuna da Bahia percorreu, na
manhã de ontem, alguns estabelecimentos de hotelaria para constatar a
taxa de ocupação. No Santo Antonio Além do Carmo, as pousadas
comemoraram os quase 100% de reservas para o período da Copa. São
estabelecimentos que vão desde hotéis mais requintados até os hostels e
aluguéis de cama. Na ausência da proprietária de um imóvel próximo a
ladeira do Pilar, uma funcionária que preferiu não se identificar,
alegando que não tinha autorização para dar entrevistas,
disse que o aluguel de uma cama de solteiro subiu para quase R$ 200 a
diária para os dias da copa. “No quarto são três beliches e seis camas,
todos alugados. O banheiro é coletivo”, afirmou.
Desde mais simples até os requintados, como a Pousada das
Artes, a Pousada Colonial e o Hotel Vila Santo Antonio. Os três
estabelecimentos com diárias de até R$ 800 já estão com as reservas
esgotadas para a Copa do Mundo. “Só dispomos de poucas vagas
para o período de 26 de junho a 06 de julho”, disse a recepcionista do
Hotel Vila Santo Antonio, que também preferiu não se identificar.
Em algumas acomodações alternativas na Barra, o movimento também esta
na estimativa para o período, entre 70% a 80%. O albergue da Barra é um
exemplo. Os quartos coletivos estão no valor de R$ 80 com ventilador e
R$ 90 com ar condicionado. Para o período da copa, a disponibilidade são
de poucas vagas, sendo que alguns dias os de jogos das seleções, os
quartos já estão praticamente com 100% de ocupação.
No entanto, apesar dos dados otimistas da Setur,
representantes do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares
não compartilha a mesma estimativa. Segundo Silvio Pessoa, presidente do
Sindicato, a ocupação gira em torno de 55%, e ainda para atingir esta
marca os hotéis tiveram que fazer promoções ou reduzir de 25% a 35% o
valor das suas diárias para atrair não apenas o turista estrangeiro,
como também os brasileiros e baianos.
Para ele, o principal motivo da baixa ocupação é o investimento
apenas na construção de estádios de futebol, enquanto o recurso para as
obras estruturantes, como aeroportos, meios de transportes e porto não
foram suficientes para atender a demanda. “As intervenções estruturantes
para a Copa do Mundo estão bem atrasadas, a exemplo do aeroporto e
algumas vias de acesso. Estes dados não se restringem apenas a Bahia,
mas algumas outras cidades sedes da Copa. Cidade-sede de abertura dos
jogos, São Paulo, por exemplo, segundo uma reportagem divulgada na
Revista Exame, ainda esta com 76% dos quartos vazios”, exemplificou
Pessoa.
A reportagem também cita que o Rio de Janeiro lidera as ocupações
para este período com 87% dos quartos ocupados e informa que diante
desta situação pode haver até um prejuízo em plena Copa do Mundo em
locais que não conseguiram ter jogos tão populares como as quartas de
finais ou que não são tão atraentes para o turista como o Rio de
Janeiro.
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