Ao menos 49 animais de fazenda foram sacrificados nesse sábado (26).
Gado convivia com fêmea diagnosticada com sintomas da vaca louca.
Técnicos agropecuários se reúnem para procedimentos do abate em frigorífico. (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)
Amostras de 49 bovinos abatidos neste sábado (26), em Mato Grosso,
serão encaminhadas ao laboratório nacional agropecuário a partir desta
segunda-feira (28) e devem ser submetidas ao teste de Encefalopatia
Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como o mal da vaca louca. A
informação foi repassada ao Agrodebate por fiscais ligados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).Os animais conviviam com a fêmea de 12 anos, diagnosticada com os sintomas da doença, e foram sacrificados para o cumprimento de normas internacionais de sanidade animal. Não foram estimados prazos para conclusão dos diagnósticos de amostras do sistema nervoso central dos ruminantes.
O mesmo laboratório confirmou, na última semana, a presença da proteína príon - agente causador do mal da vaca louca - na fêmea enviada para abate em um frigorífico no município de São José dos Quatro Marcos, no sudoeste mato-grossense, em 19 de março. A cidade fica distante 343 km de Cuiabá.
A confirmação da suspeita para a doença depende da conclusão de análise conduzida em um laboratório referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Weybridge, na Inglaterra.
Abate sanitário
O abate sanitário dos 49 bovinos movimentou técnicos do Mapa e também do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT), em São José dos Quatro Marcos, nesse sábado. Os trabalhos começaram logo no início da manhã, quando caminhões com os ruminantes chegaram à unidade. A OIE mantém o Brasil com status de risco insignificante para o mal da vaca louca.
Fumaça indica a incineração dos bovinos abatidos em frigorifico. (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)
Entenda o caso
A fêmea de 12 anos foi encaminhada para abate em São José dos Quatro Marcos, em 19 de março, mas apenas no frigorífico ela apresentou distúrbios neurológicos que indicam sinais da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).
Um fiscal do Mapa notou que a fêmea estava caída, a excluiu da fila de abate rotineiro na empresa e adotou os primeiros procedimentos em casos dessa natureza: abate, coletar amostra de material encefálico e encaminhar para análise laboratorial para a EEB.
O governo brasileiro classificou o episódio como atípico porque, segundo ele, a fêmea já em idade avançada era criada no sistema extensivo e tinha sua dieta baseada no pasto e ração animal. De acordo com o governo, produtos derivados desse bovino não ingressaram na cadeia alimentar humana. A alimentação incorreta dos ruminantes pode representar riscos à propagação de doenças, como o mal da vaca louca, especialmente quando usa restos de proteína animal.
Comitiva do Mapa e Indea se reúnem em frigorífico durante o sábado (26) (Foto: Leandro J.Nascimento/Agrodebate)
O que é a vaca louca?
A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da vaca louca, é uma enfermidade degenerativa fatal e transmissível do sistema nervoso central de bovinos. É causada por uma proteína chamada príon. A contaminação ocorre quando o bovino ingere alimentos de origem animal, como farinhas de carnes e ossos.
No organismo bovino, o príon pode ficar inativo por uma média superior a cinco anos. Ao se manifestar, atacará principalmente o sistema nervoso do animal, multiplicando-se no cérebro do ruminante. A doença é caracterizada clinicamente por nervosismo, reação exagerada a estímulos externos e dificuldade de locomoção.
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