segunda-feira, 3 de março de 2014

Veja quais os primeiros cuidados em caso de um acidente com água-viva


Há muita controvérsia, especulações e opiniões conflitantes com relação aos procedimentos nos primeiros socorros e no tratamento

CicloVivo 

Não tente remover com as próprias mãos os tentáculos aderidos
Foto: Ground Zero/Flickr/Creative Commons
Não tente remover com as próprias mãos os tentáculos aderidos
O calor tomou conta do país, até mesmo as cidades que historicamente apresentam temperaturas mais baixas, como Curitiba, sofrem com recordes de calor. Para abrandar a situação, a praia tem sido um refúgio para muitas pessoas. Entretanto, é preciso ficar esperto no mar: um dos perigos é a água-viva. Neste caso, segue abaixo seis recomendações básicas sobre como agir em caso de acidente. As dicas são do biólogo marinho Marcelo Szpilman:
1 -  Saia da água e lave o local atingido com água salgada. Jamais use água doce.
2 - Não tente remover os tentáculos aderidos esfregando areia ou toalha.
3 - Banhe a região com vinagre por cerca de 10 minutos.
4 - Remova os restos de tentáculos aderidos com uma pinça.
5 - Lave mais uma vez com água do mar e reaplique o vinagre por mais 30 minutos.
6 - Dores e reações inflamatórias reagem bem aos analgésicos e corticoides, respectivamente.
O biólogo ainda explica que há muita controvérsia, especulações e opiniões conflitantes com relação aos procedimentos nos primeiros socorros e no tratamento das lesões provocadas pelas águas-vivas e caravelas. Ainda assim, deve-se atentar para os seguintes aspectos progressivos a serem considerados:
-- O contato inicial com os tentáculos resulta primeiramente em uma modesta inoculação pelos nematocistos.
-- Quanto mais tempo o tentáculo permanecer em contato com a pele, mais nematocistos poderão ser descarregados, já que as descargas são contínuas.
-- Uma substancial quantidade de pedaços de tentáculo é arrancada do animal e gruda na vítima quando a mesma entra em pânico e se debate próximo ao animal.
-- Os esforços subsequentes da vítima, ainda dentro da água, para desvencilhar-se dos pedaços de tentáculo aderidos, costumam resultar em um considerável aumento nas descargas dos nematocistos.
Ao perceber a sensação de queimadura, a vítima deve esforçar-se ao máximo para manter-se calma e conseguir sair da água o mais rápido possível, devido ao risco de choque e afogamento, sem, porém, tentar remover com as próprias mãos os tentáculos aderidos. Somente após chegar a terra firme é que haverá a necessidade da remoção cuidadosa dos tentáculos aderidos à pele, sem esfregar a região atingida, o que só pioraria a situação.
Tratamento
A rotina de tratamento para uma vítima de acidente com águas-vivas e caravelas deve seguir os seguintes passos:
-- Remova suavemente os restos maiores dos tentáculos aderidos com a mão enluvada e com o auxílio de uma pinça. Para retirar os fragmentos menores e invisíveis tricotomize o local com um barbeador ou com uma lâmina afiada. Pode-se aplicar antes um pouco de espuma de barbear em spray, lembrando-se de não esfregar a região.
 -- Lave mais uma vez o local com água do mar e reaplique novos banhos de ácido acético a 5% (vinagre) por 30 minutos.
 -- Para remover os nematocistos remanescentes pode-se aplicar no local uma pasta de bicarbonato de sódio, talco simples e água do mar. Espere a pasta secar e a retire com o bordo de uma faca.
 -- A dor é, em geral, controlada através do tratamento da dermatite. Ainda assim, pode-se utilizar analgésicos simples (Novalgina ou Tylenol) nos casos brandos e a morfina quando a dor é mais intensa. Os anti-histamínicos e corticoides orais ou tópicos são úteis para o tratamento das reações inflamatórias do tipo alérgica - consulte sempre um médico para orientação.
 -- Havendo reação alérgica/inflamatória, aplique uma camada fina de loção do corticoide betametazona (Betnovat) duas a três vezes ao dia. Nos casos mais graves, utilize anti-histamínicos ou corticoides orais - consulte sempre um médico para orientação.
 -- Em caso de infecção secundária, será necessário o uso de antibióticos com amplo espectro, tópico (bacitracina ou neomicina) ou sistêmico (ampicilina + acido clavulânico), de acordo com a gravidade - consulte sempre um médico para orientação.

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