sexta-feira, 28 de março de 2014

Servidores do Hospital das Clínicas fazem ato com caixões em Vitória


Trabalhadores da universidade aderiram a uma paralisação nacional.
Direção do Hucam afirmou que ainda não recebeu reivindicações.

Viviane Machado Do G1 ES

Servidores do Hospital das Clínicas realizam ato em Vitória (Foto: Luciano Coelho/ Sintufes)Servidores do Hospital das Clínicas realizam ato em Vitória (Foto: Luciano Coelho/ Sintufes)
Servidores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) realizam um ato em frente ao Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), em Vitória, nesta sexta-feira (28). Trabalhadores técnico-administrativos da universidade aderiram a uma paralisação nacional e declararam greve no dia 17 de março. Segundo o Comando Local de Greve, os servidores do Hospital das Clínicas também reivindicam questões internas, como a falta de estrutura, medicamentos e condições de atender os pacientes. O superintendente do Hucam, Luiz Sobral, afirmou que ainda não recebeu nenhuma pauta local da greve e que a diretoria está de portas abertas para um diálogo construtivo.
De acordo com uma das representantes do Comando Local de Greve, Rose Alves, o ato é para chamar a atenção sobre a paralisação dos servidores e teve bastante adesão porque não há condições de trabalhar. "Esse ato acontece porque o Hucam está morrendo. Os funcionários estão vendidos, enganados, falta equipamentos e remédios", disse.
Servidora encena velório durante ato no Hucam, em Vitória (Foto: Luciano Coelho/ Sintufes)Rose Alves encena velório durante ato no Hucam,
em Vitória (Foto: Luciano Coelho/ Sintufes)
Os manifestantes encenam um velório, desde às 7h, em frente ao Hucam. Com caixões, uma servidora fantasiada de viúva e outros vestidos todos de preto, eles mostram a indignação com as condições do hospital. "Estamos de luto. Nosso hospital está carente, perdeu a direção, perdeu os rumos. Essa foi a identidade que criamos para representar nossos sentimentos", afirmou Rose.
A representante do comando ainda afirmou que os grevistas querem que a população tenha uma visão geral das reivindicações. "Ao todo, tem 35 universidades de greve. A nossa pauta é enorme, mas aqui estamos dando foco à nossa pauta interna. A direção do hospital e o reitor privatizaram tudo e o Hospital das Clínicas está morrendo. Não temos previsão para sair daqui, nem para interromper os atos, porque a direção não quer conversar conosco", completou.
Outras reivindicações
Os trabalhadores pedem ainda a revogação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)  e a regulamentação da jornada de trabalho da categoria, reduzindo para 30 horas semanais, entre outras melhorias na carreira. "Pedimos também o cumprimento de parte do acordo de greve de 2012 por parte do governo federal, encaminhamento dos grupos de trabalho de reposicionamento dos aposentados, democratização da universidade e redimensionamento da força de trabalho", afirmou o representante do Comando Local de Greve de Goiabeiras, Filipe Fermino.
Direção da Hucam
O superintendente do Hospital das Clínicas, Luiz Sobral, afirmou que ainda não recebeu nenhuma reivindicação local. "Essa é uma greve nacional e o sindicato ainda não nos entregou nada direcionado aos problemas internos. A diretoria procura manter o hospital funcionando. Infelizmente na última terça-feira houve um sumiço de prontuários médicos de pacientes que teriam que fazer cirurgias e nós acionamos a Polícia Federal para investigar o caso. Estamos de portas abertas para o diálogo construtivo, mas não vamos aceitar os abusos que vem sendo feitos", pontuou.
Sobre a precariedade denunciada pelos servidores, o superintendente disse que a diretoria tem trabalhado para reduzir o déficit orçamentário e melhorar a aquisição de insumos. " Nós quando assumimos a direção do hospital havia um déficit de orçamento muito grande. Obras estavam sendo feitas ainda e que não terminavam. Nós conseguimos inserir o hospital novamente na rede de urgência e emergência. Tivemos problemas de custeio com o hospital, mas apesar da crise, uma pesquisa de satisfação realizada com pacientes mostrou que 80% deles gostaram do atendimento. Isso é fruto do trabalho do nosso corpo de servidores públicos, que são verdadeiros heróis anônimos ao atender os pacientes que chegam", completou.

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