Por meio do bilro, trabalho manual é desenvolvido em recantos da capital.
Ribeirão da Ilha e Lagoa da Conceição são bairros tradicionais açorianos.
Rendeiras de reúnem no Casarão da Lagoa (Foto: Luíza Fregapani/G1)As famosas rendeiras da Lagoa se reúnem duas vezes por semana para fazer a arte. O hábito foi trazido com os açorianos, na colonização da Ilha de Santa Catarina. O trabalho é desenvolvido com os bilros, pequenas peças de madeira que ajudam a trançar os fios. Em cima de uma almofada dura é colocado um desenho, utilizado como base, onde a renda é feita.

"Os pontos mais comuns são a Tramoia, o Maria Morena e o tradicional. Os dois primeiros são lá do Sul da Ilha, aprendemos mais tarde. O tradicional é típico aqui da região", conta. A rendeira conta que faz por diversão. "É uma terapia, um prazer. Faço para dar de presente, para mim. Para vender não", brinca. (Veja vídeo acima do trabalho desenvolvido no ponto tradicional).
Sempre às quarta-feiras, um grupo de rendeiras se reúne no Casarão da Lagoa. "Já tivemos convênio com a prefeitura, mas depois que acabou continuamos nos reunindo, formamos um grupo de amizade mesmo.
Maria de Lourdes faz o ponto Tradicional (Foto: Luíza Fregapani/G1)A tradição não foi aprendida pelas filhas. "Acho que quando a geração que faz morrer, a renda de bilro vai acabar. Ninguém mais aprende. Quando nós éramos crianças tínhamos o horário de ir à escola, de estudar e de aprender a renda. Hoje não tem mais isso", lamenta.
Carmem aprendeu o ponto Tramoia(Foto: Luíza Fregapani/G1)
Além da renda, uma outra tradição ainda preservada é o Pão por Deus, cartinhas com mensagens de simpatia, amizade ou amor, escrita sempre em verso. Um deles, bastante utilizado, foi escrito por Aurelina Cabral Bruno: "Lá vai o meu coração/ Na forma de uma flor/ Vai pedindo Pão-por-Deus/ A quem tenho tanto amor".
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