por
Lílian Machado
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
A campanha eleitoral
começa oficialmente em julho, após as convenções partidárias, mas os
pré-candidatos aos cargos majoritários já encontraram uma arma forte
para potencializar o contato com os eleitores. O uso das redes sociais
tem se intensificado entre os postulantes ao governo da Bahia: o
deputado federal, Rui Costa (PT), que se desincompatibilizou esse final
de semana do cargo de secretário estadual da Casa Civil, a senadora
Lídice da Mata (PSB), o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e o
ex-governador Paulo Souto (DEM).
Nesta pré-campanha, eles empregam cada vez mais tempo em redes, como o twitter e o facebook,
onde mostram desde atividades diárias aos pontos de vistas sobre
variados assuntos. Apesar de não ter ainda a confirmação de que será
candidato, Souto que se comportava timidamente nas redes tem
surpreendido este ano. “Todos os textos sou eu quem faz. Se acertar ou
se errar sou eu mesmo”, frisa. O democrata diz que é difícil responder a
todos os comentários, devido ao grande volume, mas que ele faz questão.
“É um instrumento a mais. Todo mundo conclui que será muito mais usado
agora que no passado”, disse, comparando com as eleições de 2010, quando
se candidatou ao governo.
Lídice
também tem demarcado terreno ao usar as ferramentas. A senadora costuma
demorar mais tempo nas páginas à noite, quando termina a agenda no
Senado, mas também conta com a contribuição de sua equipe. Lídice cita a
interatividade e a possibilidade de esclarecer situações, como fatores
interessantes. “De negativo é que algumas pessoas, poucas é bem verdade,
não querem o debate, aproveitam
a rede para baixar o nível, ofender, xingar.”, afirma. Segundo a
socialista, as pessoas aproveitam para pedir para ela votar ou rejeitar
determinados projetos. “Isso é muito importante porque permite uma
participação direta no mandato”. Rui Costa também exalta. “O ponto mais
positivo é você se tornar mais acessível ao um número grande de
pessoas, além de ter informações mais rápidas e em tempo real”. O
petista diz não saber dimensionar ainda a força do ponto de vista do
eleitorado, mas acredita que as redes “aproximam e são um termômetro,
tendo muito a dizer”.
Especialista aposta em forte disputa virtual
Desde 2009 Geddel
usa e projeta suas posições nas mídias sociais. De lá pra cá, também
não deu mais intervalo. Geddel confessa que ele próprio alimenta
as páginas e que só busca ajuda “em casos técnicos”. Ele destaca como
pontos positivos o contato direto e “a resposta imediata e de forma
direcionada às críticas que por vezes ocorrem, sendo possível esclarecer
o ponto de vista de cada um”.
Geddel concorda
que o ambiente digital promove o “empoderamento do cidadão”. “Tanto os
cidadãos podem ver o que eu penso sobre as situações da política e da
vida, quanto posso perceber e avaliar o sentimento dos interlocutores”.
Ele aposta que o crescimento do acesso
à internet, sobretudo nas classes “C” e “D”, assim como o aumento da
compra de computadores e smathphones mostra que haverá uma campanha mais
intensa esse ano.
O
olhar mais direcionado de alguns políticos para as redes se ampliou após
as manifestações de rua, em 2013, quando houve a convocação para
protestos. O professor em comunicação política da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, Roberto Gondo, lembra que anos atrás a
aproximação era via comícios em praças, depois passou a ser com
panfletos, outdoors, mas neste ano, a disputa promete ser em terrenos
virtuais. Para ele, essas tecnologias podem contribuir, mas é preciso
lembrar que o uso tecnológico no país nem sempre transita pela reflexão
política. O especialista ressalta que “a evolução constante das redes
contribui para o gerenciamento de campanha, unindo mensagens e
diretrizes com mais rapidez e eficácia”.
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